Publicado em 01/06/2018 12h01

Projeto resolve interferência atmosférica na agricultura de precisão

A agricultura de precisão utiliza dados obtidos através de tecnologias como o GPS
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

A Universidade de Nottingham, da Inglatera, está trabalhando em conjunto com parceiros brasileiros e da União Europeia a fim de resolver problemas de interferência atmosférica que dificultam o posicionamento por satélite em países equatoriais, o que dificulta o uso de  tecnologias que dependem dos Sistemas Globais de Navegação por Satélite (GNSS). O objetivo é promover o desenvolvimento da agricultura de precisão que depende do posicionamento por satélite e sensoriamento remoto. 

A agricultura de precisão utiliza dados obtidos através de tecnologias como o GPS para otimizar o uso de fertilizantes, orientar máquinas sem motoristas e mapear o solo para maximizar a produção das lavouras, mas sua adoção ainda é prejudica em países com clima equatorial como é o caso do Brasil por causa de um fenômeno conhecido como cintilação ionosférica. O líder da pesquisa, Marcio Aquino, do Instituto Geoespacial de Nottingham, explica que a cintilação ionosférica afeta a disponibilidade e precisão do posicionamento por satélite, causando interferências, dificultando o bloqueio de receptores GNSS e até mesmo causando interrupções de serviço. 

"As fortes flutuações de sinal que caracterizam a cintilação ionosférica são causadas pelo comportamento irregular da ionosfera que é típico das latitudes equatoriais, afetando a maior parte do território brasileiro, daí a importância da colaboração bilateral na rede PEARL", destaca. 

A rede PEARL é financiada pelo projeto INCOBRA, da Comissão Europeia, e tem objetivo de buscar soluções para esse problema, garantindo que o posicionamento de alta precisão por satélite seja viável no Brasil. De acordo com Aquino, durante sete meses pesquisadores e parceiros industriais brasileiros e europeus desenvolverão estratégias para mapear as causas da cintilação ionosférica e formular soluções baseads em algoritmos especializados para mitigar seus efeitos no posicionamento por satélite. 

"Poderia desempenhar um papel fundamental na promoção da adoção do posicionamento por satélite e da ampla aceitação do novo sistema da UE, o Galileo, abrindo caminho para a implementação de serviços em outras partes do mundo igualmente afetadas, como o sul da China, Índia e Indonésia.", conclui.