Publicado em 01/06/2018 12h03

Resíduos de maracujá tem compostos que previnem o câncer

A pesquisa foi premiada como "Melhor trabalho" na área de engenharia agroindustrial da U.N
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

Um estudo desenvolvido pelo engenheiro agroindustrial, Mauricio Cardona, da Universidade Nacional da Colômbia (U.N) descobriu que compostos bioativos encontrados em resíduos de maracujá podem ajudar a prevenir o câncer. De acordo com o pesquisador, o trabalho pode impulsionar a introdução das substâncias em alimentos através de métodos que otimizam seu potencial antioxidante, como é o caso do encapsulamento. 

O engenheiro agroindustrial explica que os compostos bioativos obtidos têm o potencial de neutralizar os radicais livres, instáveis e ativos para as reações químicas que geram estresse oxidativo nas moléculas do corpo humano. Para extrair os bioativos das sementes, foi utilizado duas metodologias distintas sendo que são baseados na extração de fluidos supercríticos auxiliados pelo uso do ultrasson. 

"A maioria das investigações aplica apenas algumas das duas metodologias. O que eles fazem é obter óleos das sementes e deixar a massa resultante como resíduo. Usamos essa massa para extrair os compostos ", descreve Cardona. 

Primeiramente, segundo o pesquisador, as sementes são secas, passam por um processo de moagem e são levadas para um equipamento de fluido supercrítico que remove os óleos das sementes. Após isso, a farinha desengordurada que permanece é levada para um equipamento de extração assistida por ultrasson, onde entra em contato com uma mistura de etanol e água que funciona como solvente. 

A pesquisa durou mais de um ano e foi premiada como "Melhor trabalho" na área de engenharia agroindustrial da U.N em 2017. Para Cardona esse estudo é importante por incentivar um novo olhar para a sementes, que representam entre 6 e 12% da massa total do maracujá, dependendo da variedade. "É um desperdício que não é usado na Colômbia corretamente. É aplicado para fertilizantes ou para alimentação de animais, quando grande parte dos bioativos da fruta estão na semente ", finaliza.