Publicado em 01/06/2018 12h04

Desempenho do ovo em maio e nos 5 primeiros meses de 2018

Era natural contar com uma queda de preços do ovo em maio
Por: Avisite

Era natural contar com uma queda de preços do ovo em maio, pois a curva sazonal de preços do produto demonstra que após significativas altas nos meses em torno da Quaresma (bimestre fevereiro/março, geralmente), as cotações refluem no bimestre seguinte (abril/maio), só voltando a reagir a partir de junho.

Desta vez, porém, o ovo deu sinais de que não iria seguir a curva sazonal de preços. Assim, seja porque tenha cessado ou diminuído a concorrência proveniente dos ovos férteis, porque o setor reduziu a produção ou, ainda, por em maio se comemorar o Dia das Mães, o fato é que foi registrada alguma valorização do produto na segunda semana do mês. 

Mas, limitados pelo consumo declinante, os ajustes cessaram antes mesmo da virada da quinzena, gerando estabilização de preços na terceira semana do mês. Uma estabilização frágil, diga-se de passagem, pois à medida que o mês avançava os negócios se retraiam cada vez mais.

Foi então que se deflagrou o movimento dos caminhoneiros. E, então, os preços se tornaram apenas nominais, pois a quase totalidade dos negócios acabou paralisada. Sabe-se que, no período, a lei de oferta e procura prevaleceu e houve quem, no atacado paulistano, conseguisse obter remuneração superior a R$100,00/caixa para o ovo branco do tipo extra. Mas foram casos raríssimos, pois a maior parte da produção do período ficou retida nas granjas ou permaneceu travada no meio dos veículos que imobilizaram as estradas do País. Num e noutro caso as perdas foram elevadas.

Supondo-se, porém, que o valor nominal mantido no último decêndio do mês tenha representado o mercado real, observa-se que o preço médio alcançado pelo ovo em maio recuou em um mês mais de 7% e, pior, caiu quase um quarto em relação a maio de 2017. Além disso, correspondeu, nominalmente, ao terceiro menor valor dos últimos dois anos e meio. Já o valor médio do ano permanece quase 14% aquém da média anual alcançada em 2017.

Dado que também o plantel produtor foi severamente afetado pelo movimento de maio, é certo que isso se refletirá na produção que, sem dúvida estará melhor ajustada ao mercado. É a oportunidade de recuperar preços, de diminui diferenças em relação ao ano anterior (mesmo porque os custos aumentaram substancialmente) e de reverter prejuízos, que não foram poucos.