Além de ganhador do Prêmio Nobel, Lal também é presidente da União Internacional de Ciência do Solo (IUSS) e professor na Universidade do Estado de Ohio, nos EUA. Ele explica que o primeiro passo para trabalhar a recuperação do solo é pensar em formas de reposição de seu nível de carbono, que é um “ingrediente” essencial para manter sua integridade. “O solo estoca carbono ao longo dos anos, entretanto o revolvimento excessivo da terra reduziu o carbono no solo. Usando o plantio direto, o carbono nesta terra pode ser restaurado, tornando esses solos fontes de carbono, ajudando a reduzir a concentração de CO2 na atmosfera”, pontua.
Para Flávio Camargo, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é fundamental pensar em maneiras de aumentar a produtividade rural, com mais qualidade e menos impacto ambiental. Segundo ele, deve se lembrar também que a manutenção de um solo rico em nutrientes está intimamente ligada com a preservação de outros recursos essenciais como a água potável, por exemplo. “Nas próximas décadas, a pesquisa em ciência do solo deverá propor práticas agrícolas resilientes que possam acomodar as alterações ambientas e climáticas e a segurança alimentar. O estudo do solo é essencial e estratégico para questões como a qualidade da água, a diminuição da pobreza e a produção de energia renovável”, conclui.
Fonte: AGROLINK - Leonardo Gottems