Publicado em 19/07/2018 16h22

Carne Exportação menor subverte oferta interna de carne de frango

Há menos de um mês o AviSite observou que, em função da produção decrescente de pintos de corte
Por: Avisite

Há menos de um mês o AviSite observou que, em função da produção decrescente de pintos de corte, podia-se esperar para junho de 2018 volume de carne de frango inferior a 1 milhão de toneladas – o que, se ocorresse, seria resultado praticamente inédito para a corrente década.

Porém, nada ocorreu como se imaginava. Pois ainda que o volume de aves em criação tenha sido visivelmente inferior ao de meses anteriores, o fraco desempenho das exportações acabou gerando um inesperado adicional de frangos para o mercado interno. O resultado final, pelas estimativas da APINCO, foi uma produção da ordem de 1,026 milhão de toneladas de carne de frango.

É verdade que essa produção ficou mais de 6% aquém das registradas no mês anterior e no mesmo mês de 2017, além de corresponder a um dos menores volumes da década. Mas o simples fato de as exportações terem recuado de forma significativa (queda de 36,52% sobre junho de 2017; e de, praticamente, 30% sobre o mês anterior) neutralizou totalmente a menor produção.

Neste caso, os efeitos já não são tão simples. E não só porque o produto não exportado acabou redirecionado para o mercado interno, mas também – e principalmente – porque acabou adquirindo um volume de carne expressivamente superior ao que teria se fosse encaminhado para o mercado externo.

O efeito decorrente, em suma, foi uma oferta interna que – esperada em no máximo 700 mil toneladas – acabou ficando próxima das 800 mil toneladas, resultado cerca de 4% superior ao do mês anterior e mais de 8% acima do registrado em junho de 2017. Isto, supondo-se que a produtividade dos lotes em criação tenha se mantido constante, o que, tudo indica, não ocorreu, pois o incremento de produtividade das atuais linhagens vem sendo contínuo.

Em termos semestrais, a produção de carne de frango registrou queda inferior a 2%. Mas como as exportações do período retrocederam mais de 13%, a disponibilidade interna do produto acabou sendo mais de 3% superior. Bem acima não só do crescimento vegetativo da população, mas também da capacidade aquisitiva do consumidor que, sem dúvida, encolheu em relação ao primeiro semestre de 2017.