Rice está envolvido na estratégia governamental norte-americana de conservação do solo - Foto: Carlos Dias
Rice conversou sobre a compatibilidade entre a saúde do solo, segurança alimentar e agricultura sustentável.
“A perda de solo nos Estado Unidos, por erosão, em 2017, foi de duas a cinco toneladas por acre, algumas regiões chegam a perder entre 30 a 40 toneladas. Em Iowa, um estado agrícola, apenas uma tempestade acarretou a perda de 50 toneladas”, revelou Rice.
O cientista, que prefere usar o termo mudança climática em vez de aquecimento global observou que as temperaturas médias à noite nos EUA têm aumentado, “o que não é bom para a agricultura”
Mesmo com adoção de práticas conservacionistas o solo norte-americano não tem reagido bem a essas mudanças no clima. “As consequências são erosão e perda de matéria orgânica, as grandes vilãs da terra”, afirma o pesquisador.
Rice, que concentra suas pesquisas no solo, mudanças climáticas, incluindo as emissões de carbono e nitrogênio nos ecossistemas agrícolas e de pastagens, sequestro de carbono do solo e seus benefícios potenciais, ainda alerta para a perda de alguns micronutrientes pelos solos, como o zinco, que possui impacto direto na saúde humana, afetando o crescimento infantil.
“Creio que os três componentes primordiais da saúde da terra são a sua estrutura, o carbono orgânico e a atividade microbiana. Quando conseguimos isso temos um solo saudável, com biodiversidade, resiliente às mudanças climáticas e com boa absorção de água e de nutrientes”, conclui Rice;
Charles Rice estará no XXI Congresso Mundial de Ciência do Solo no dia 16 de agosto, fazendo parte do painel ‘Mudança de paradigma na ciência do solo: utopia ou realidade?’.