O Departamento de Interior do governo dos Estados Unidos lançou um memorando permitindo o cultivo de organismos geneticamente modificados (OGMs) em terras de refúgio a vida silvestre. No mesmo documento, o governo permitiu o uso de defensivos neonicotinoides em algumas dessas áreas.
De acordo com o memorando, que revoga uma proibição datada de 2014, as áreas de refúgio a vida silvestre (NWR na sigla usada em inglês) não são mais capazes de fornecerem alimentação necessária para os animais que ali habitam. Além disso, salientou que agricultores e pecuaristas são autorizados a utilizar esses locais com algumas restrições.
“Algumas NWRS não são mais capazes de fornecer a quantidade ou a qualidade dos alimentos que uma vez fizeram devido a mudanças dentro do sistema de refúgio. Percebendo que as práticas agrícolas continuarão no futuro previsível dentro do NWRS ... devemos garantir que estamos apropriadamente fazendo uso das inovações das práticas agrícolas à medida que gerenciamos ativamente essas áreas”, disse o documento.
Além disso, o uso de pesticidas neonicotinóides em conjunto com culturas transgênicas também foi revisto, caso a caso, em mais de 50 refúgios. O governo dos EUA garantiu que fará a devida fiscalização e que o uso desse tipo de defensivo não prejudicará o meio ambiente e nem as espécies de vida silvestre. No entanto, algumas entidades ambientais são contra a iniciativa.
James Kurth, por exemplo, então chefe do refúgio National Wildlife Refuge System, escreveu, na época da proibição, que os neonicotinoides e os OGMs não seriam necessários. “Demonstramos nossa capacidade de realizar com sucesso o propósito de refúgio nos últimos dois anos sem usar culturas geneticamente modificadas, portanto, não é mais possível dizer que seu uso é essencial para atender aos objetivos de manejo da vida silvestre", argumentou.