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Publicado em 27/08/2018 15h11

Protagonismo brasileiro no ciclo da proteína está ameaçado

"A geopolítica é apenas um dos fatores que hoje tem maior influência sobre os rumos do setor”
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

O novo estudo produzido pela  McKinsey & Company aponta que o Brasil está ameaçado a perder o seu protagonismo no chamado ciclo da proteína. De acordo com o “Coma, plante e viva diferente! Rupturas que podem afetar as commodities agrícolas”, o País ampliou seu leque e virou um dos maiores exportadores de grãos e carne do mundo, mas a conjuntura global atual pode influenciar negativamente esse processo. 

Segundo a pesquisa, se a China parar de adquirir os embarques brasileiros de soja com a retomada das negociações com os Estados Unidos, o País perde cerca de 80% das exportações do grão, que é o carro chefe do agronegócio e um dos mais importantes da economia brasileira. Para  Mikael Djanian, sócio-associado da McKinsey & Company, alguns fatores geopolíticos estão afetando a relação de compre e venda dos chineses com o Brasil. 

“Os principais fatores de risco para os produtos que analisamos [soja, milho, trigo e açúcar, as commodities agrícolas mais comercializadas no mercado internacional] eram clima e câmbio. Mas estamos vivendo muitas mudanças ao mesmo tempo, e a geopolítica é apenas um dos fatores que hoje tem maior influência sobre os rumos do setor”, comenta. 

Outro fator apontado pelo estudo como um impasse que deve ser superado pelo Brasil é a mudança no consumo dos alimentos. Um temor que preocupa Nelson Ferreira, sócio da McKinsey & Company, segundo ele, o mundo está se alimentando diferente, com o aumento da obesidade e a demanda crescente por produtos orgânicos. 

“De acordo com ele, no futuro, de 5% a 10% da produção global será orgânica E se começarmos a comer diferente? E qual será o papel da África nesse tabuleiro?É o tipo de ruptura que costuma causar chacoalhões e exigir adaptações”, explica.