Publicado em 05/02/2019 11h43

A chuva perde intensidade e as temperaturas aumentam no Rio Grande do Sul

NOAA manteve a projeção de aquecimento no Oceano Pacífico no verão e indicou um El Niño fraco também durante o outono de 2019 no Brasil
Por: Irga

Em boletim atualizado em 10 de janeiro de 2019, o Centro Americano de Meteorologia e Oceanografia (NOAA) manteve a projeção de aquecimento no Oceano Pacífico no verão e indicou um El Niño fraco também durante o outono de 2019 no Brasil. Há 65% de chance da presença do fenômeno na próxima estação, mas aquecimento promete ser modesto, semelhante ao ocorrido no verão 2015. A NOAA também indicou que o mês de dezembro se manteve mais próximo da neutralidade do que com viés de aquecimento no Pacífico Equatorial.

Assim, o órgão manteve a informação de que a atmosfera ainda não acoplou com o oceano em dezembro. Porém, em profundidade ainda há águas mais aquecidas que possam subir à superfície nos próximos meses. Já a Universidade de Columbia publicou artigo indicando 82% de probabilidade de consolidação do El Niño no trimestre janeiro-fevereiro-março e 66% no trimestre março-abril-maio (outono) na sua última atualização. Enquanto isso, a atmosfera começa a se mostrar mais aquecida e extremos de calor já foram observados desde o fim do ano passando entre o Sul e o Sudeste. Já a chuva no Brasil vem acontecendo mais pela sazonalidade e pela intrassazonalidade que pelo padrão interanual. Fatores como a época do ano ou ondas atmosféricas tropicais como o Madden Julian e até mesmo bloqueios atmosféricos tiveram um peso maior na distribuição de chuva neste início do verão do que o aquecimento do Pacífico.

Temperatura - Previsão Geral

Em fevereiro as temperaturas se elevam no Rio Grande do Sul, especialmente na segunda metade do mês, quando a chuva deve ser menos frequente. No mês de março a temperatura deve ficar levemente acima da média em áreas do norte gaúcho e mais quente nas demais regiões. De uma maneira geral, a tendência é que a temperatura termine o período com valores maiores que a climatologia.

Precipitação - Previsão Geral

Depois de um mês de janeiro marcado por muita chuva em áreas produtoras do Rio Grande do Sul, com acumulados que foram cinco vezes maiores que média climatológica, a tendência agora é para uma diminuição das instabilidades no estado gaúcho. O bloqueio atmosférico que manteve os sistemas presos entre a fronteira oeste e a Campanha Gaúcha, agora perdeu intensidade e os sistemas frontais conseguem avançar para o Sudeste. Essa é uma condição que favorece a elevação da temperatura máxima e ajuda a diminuir um pouco a umidade do solo nas áreas que ficam encharcadas. Mesmo com a diminuição das instabilidades neste início do mês de fevereiro, o tempo não deve ser seco totalmente. As frentes conseguem se formar e trazem acumulados que podem atingir a média climatológica na maior parte do Rio Grande do Sul, com destaque ainda para a metade norte do estado, onde os acumulados devem ser ainda maiores e podem superar a média, porém, nada comparado ao final do mês de janeiro.

Já na segunda metade do mês de fevereiro a chuva deve diminuir em todo Brasil e no Rio Grane do Sul as pancadas que ocorrerem serão isoladas e com valores baixos. Na primeira quinzena de março a chuva retorna de maneira mais abrangente para o Rio Grande do Sul, com volumes elevados no centro-sul do estado, superando a média climatológica. E essa é uma condição que se mantém ao longo da segunda metade do mês. A chuva diminui novamente em abril e os valores podem até ficar abaixo da climatologia ao longo do mês.