Publicado em 10/04/2019 11h33

Soja terá 2º semestre de preços baixos no Brasil e no mundo

China se sente mais tranquila quanto ao seu abastecimento nesta temporada, não devendo fazer compras agressivas
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

Segundo apurou a pesquisa diária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da USP), os preços da soja no mercado físico brasileiro fecharam a terça-feira (09.04) com preços médios da soja sobre rodas nos portos e no interior apresentando a mesma queda de 0,47%. Com isto, a cotação nos portos caiu para R$ 76,97/saca e no interior para R$ 72,18/saca, aumentando as perdas de abril: na exportação atingiu 0,95% e no mercado interno 0,46%.

“A Bolsa de Chicago é o reflexo de tudo o que acontece no quadro de Oferta & Demanda mundial e o Dólar [norte-americano] é o reflexo de tudo o que acontece na economia brasileira (30%) e mundial (70%), de modo que são dois fatores poderosos na determinação dos preços da soja”, explica o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica. 

De acordo com o especialista, nesta terça-feira as cotações da principal bolsa de commodities norte-americana para os três primeiros meses deste ano de 2019 permaneceram inalteradas, porque o relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) não trouxe nenhuma alteração significativa. 

“No Brasil, a cotação da moeda norte-americana também quase não oscilou, por falta de mais informações sobre a reforma da Previdência, mas com um clima mais ameno, com algumas aproximações políticas. No entanto, se não piorou, também não melhorou as perspectivas”, complementa Pacheco.

Tendência

“Os estoques dos maiores exportadores caíram para 53,88 milhões de toneladas na atual temporada. Como a demanda chinesa também caiu, este país se sente mais tranquilo quanto ao seu abastecimento nesta temporada, não devendo fazer compras agressivas nos EUA. Com isso, não estouram as cotações em Chicago, que não mais deverão subir muito, mas ficar ao redor de no máximo $ 9,50/bushel. Isso nos faz prever um segundo semestre de preços baixos no Brasil e no mundo, ainda com um Dólar provavelmente mais baixo no Brasil”, projeta o analista da T&F.

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