Cerca de 57,3% dos acordos comerciais fechados entre diferentes países, de 1995 até 2015, foram assinados quando os países já possuíam tarifa baixa, que girava em menos de 5%. Os dados constam no estudo Liberalização das importações: unilateral ou por meio de acordos comerciais?, recém publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De acordo com o pesquisador Fernando Ribeiro, um dos autores do estudo, a conclusão é de que “o melhor caminho para o Brasil, em termos de política comercial, é investir paralelamente em duas frentes: na negociação de acordos comerciais e na redução unilateral de tarifas de importação e de outras barreiras à importação”.
Para chegar à essa conclusão, os pesquisadores analisaram acordos comerciais celebrados entre diversos países do mundo nas últimas décadas e avaliaram se os acordos foram firmados antes ou depois desses países terem efetuado reduções unilaterais de tarifas. “A base de dados associa o nível de tarifa média de importação aplicada pelo país no ano imediatamente anterior, o nível de relevância de cada acordo (medido pela participação de países parceiros do acordo nas importações totais de cada país analisado), o produto interno bruto (PIB) e o PIB per capita de cada país”, disse o Ipea.
“Quando o Brasil reduz as tarifas, há benefícios pela redução do custo de importação de diversos produtos (máquinas, equipamentos e insumos, por exemplo) que vão aumentar a competitividade e a eficiência da produção industrial doméstica”, avalia Ribeiro, dizendo também que a assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia, por exemplo, proporcionará ampliação do acesso dos produtores brasileiros do setor agropecuário ao mercado europeu.