Publicado em 18/09/2019 11h57

Desvalorização do Real anula queda dos fertilizantes

Volatilidade cambial é o principal ponto de atenção
Por: Leonardo Gottems - Agrolink

A desvalorização do Real continuou anulando as quedas de preços de fertilizantes vistas no mercado internacional no início do segundo semestre deste ano de 2019, mantendo os custos com esse insumo elevados. Foi isso que informou o relatório de produtos agrícolas do Rabobank. 

“De acordo com estimativa do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (IMEA), os custos com fertilizantes para a próxima safra de soja, milho e algodão do Mato Grosso estão entre 11 e 16% maiores que na safra 2018/19. Sem considerar a volatilidade cambial, o agricultor pode ter boas oportunidades de compra até o final do ano, para o volume que ainda falta para a próxima safra ou para travar os custos da safra 2020/2021”, diz o texto. 

Além disso, os relatórios indicaram que os preços dos fosfatados estão nos valores mais baixos dos últimos 12 meses, em USD, e devem atingir o menor valor em 10 anos, nas próximas semanas. “O excesso de oferta nesse mercado contribuiu para que o preço do DAP (FOB EUA) recuasse 23% ao longo desse ano e a desvalorização da moeda chinesa tem criado um espaço para que os preços caiam um pouco mais”, completa. 

“No quarto trimestre, no entanto, é esperado que algumas plantas parem temporariamente a produção devido às margens negativas. Essa restrição da oferta deve equilibrar o mercado e os preços devem voltar a subir. Outra oportunidade está se formando no mercado de potássio. Ao longo do ano, o preço do KCL recuou 8% nos portos do Brasil, em USD”, indica. 

Como pontos de atenção para o setror, o Rabobank indica a volatilidade cambial e das commodities tem gerado bons momentos de travamento dos custos através da relação de troca principalmente para o P e K e “o resultado do último leilão indiano será fundamental para a definição da tendência do preço da ureia. Uma demanda próxima de 1 Mi tons deve dar suporte aos preços até o final do ano, já que a demanda no hemisfério norte deve reaquecer a partir de outubro”.