CRISPR permite culturas mais robustas
Publicado em 26/12/2019 23h02

CRISPR permite culturas mais robustas

“Algumas regiões que anteriormente tinham períodos curtos de crescimento provavelmente serão mais adequadas para a agricultura"
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

O desenvolvimento de culturas mais robustas que toleram ambientes desfavoráveis é possível agora com a edição de genes, principalmente usando a técnica CRISPR. De acordo com o portal especializado Chilebio, as mudanças climáticas mudarão o cenário do que agora consideramos terras aráveis. 

“Algumas regiões que anteriormente tinham períodos curtos de crescimento provavelmente serão mais adequadas para a agricultura. Mas outras regiões onde as culturas agora são cultivadas com sucesso ficarão muito quentes, secas ou salinas demais”, diz o texto. 

A reportagem ainda indica que essas alterações apresentam duas opções principais de como alimentar. “Podemos converter mais terras nativas em terras agrícolas por desmatamento ou drenagem de áreas úmidas, agravando o problema. Ou podemos escolher a opção muito melhor e projetar plantas que possam lidar e tolerar condições mais severas”, completa. 

“Nossa dependência da aplicação de fertilizantes pode exacerbar os efeitos das mudanças climáticas de duas maneiras. Primeiro, o processo Haber-Bosch, usados para gerar fertilizantes sintéticos de nitrogênio, é baseado em combustíveis fósseis. Pelo contrário, a lixiviação do excesso de nitrogênio contamina as vias navegáveis e ameaça ainda mais as espécies aquáticas já desafiadas pelas mudanças nas condições climáticas”, indica. 

Nesses cenários, existem vários esforços em andamento para projetar plantas para uma melhor aquisição de nutrientes usando o CRISPR. “A maioria desses projetos é baseada no fato de que existem algumas culturas que não exigem adição de nitrogênio. Essas plantas leguminosas, como ervilhas, feijões, alfafa e trevo, obtêm seu nitrogênio por associação com bactérias fixadoras de nitrogênio. As bactérias retiram o nitrogênio de fontes não acessíveis às plantas e o convertem em formas que as plantas podem digerir”, conclui.