Publicado em 31/03/2020 16h42

Incertezas com coronavírus inibem negociação do milho em Mato Grosso

Avaliação é do Imea, para quem as tradings têm priorizado o trabalho com contratos anteriormente firmados
Por: Estadão Conteúdo

As incertezas no mercado internacional provocadas pela pandemia do coronavírus reduziram o ritmo das negociações do cereal tanto no mercado à vista quanto do milho futuro, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). "Tradings priorizam o trabalho para os contratos já firmados da safra 2018/19 e 2019/20, que podem vir a enfrentar impasse no fluxo de escoamento ao porto, com a menor oferta de caminhões para o frete dos produtos agrícolas, registrada nas últimas semanas no Brasil", diz o Imea no boletim.

Apesar disso, o instituto observa que o cenário atual é positivo para produtores avançarem nas negociações do cereal das safras 2019/20 e 2020/21, assim como para se protegerem de variações de câmbio e de outros fatores do mercado internacional que afetam as cotações de milho. O Imea lembra que, mesmo com a queda dos futuros do cereal na Bolsa de Chicago (CBOT), o preço de paridade de exportação para julho de 2020 em Mato Grosso fechou a última semana em R$ 29,92/saca, alta de 24,58% no acumulado do mês (até 27 de março).

Assim, na análise de sensibilidade do preço - considerando o frete de Rondonópolis ao porto de Santos (SP) e o prêmio semanal de R$ 0,65/bushel - os preços se mantêm acima do ponto de equilíbrio, ainda que com uma desvalorização da moeda norte-americana até R$ 4,87 e das cotações do cereal na CBOT até US$ 3,30/bushel.