Um estudo da Faculdade de Agronomia da UBA (FAUBA) e da Faculdade Regional Venado Tuerto da Universidade Tecnológica Nacional (FRVT - UTN), ambas da Argentina, conseguiu melhorar significativamente a fixação biológica de nitrogênio na soja. A pesquisa ocorreu por meio de um tratamento nas sementes realizadas com plasmas não térmicos, método físico que já apresentava excelentes resultados quando utilizado no controle de patógenos.
O aumento da disponibilidade desse nutriente pode se traduzir em aumentos no rendimento das plantas. Com essa tecnologia, os pesquisadores já haviam conseguido controlar, em 2015, até 100% da infecção causada pelo fungo Fusarium na soja.
E em 2019 eles eliminaram até 80% do complexo de fungos Diaporthe / Phomopsis, responsável por grandes perdas econômicas em sementes da mesma oleaginosa. Além disso, em um trabalho anterior, realizado em casa de vegetação, eles demonstraram que o tratamento com plasma é capaz de melhorar o crescimento da soja em termos de número de vagens (6%), número de sementes (4%) e peso seco total de sementes (11%) por planta.
"Os plasmas não térmicos constituem uma tecnologia inovadora com múltiplas aplicações biológicas, uma vez que são utilizados processos para gerá-los à temperatura ambiente, pressão atmosférica e processos rápidos que, além disso, não deixam resíduos químicos no meio ambiente", explicou Karina Balestrasse, professora na cadeira de Bioquímica da FAUBA.
"Através de nossos resultados, demonstramos pela primeira vez os efeitos a longo prazo dos tratamentos não térmicos a plasma aplicados às sementes e a melhoria substancial que eles produzem na fixação biológica de nitrogênio e nas plantas cultivadas. Propomos seu uso como uma prática rotineira no tratamento de sementes antes da semeadura para culturas comerciais e de cobertura”, acrescentou.
