Publicado em 28/05/2020 18h21

Açúcar busca certificação Halal

Indústrias brasileiras querem atingir um mercado de 1.8 bilhão de muçulmanos
Por: Eliza Maliszewski | Agrolink

Já falamos aqui que o mercado de carne Halal é imenso. O termo Halal quer dizer aquilo que é permitido, ou seja, alimentos com maneiras específicas de produção que estejam adequadas ao consumo de muçulmanos. Agora a cadeia produtiva do açúcar também está descobrindo este gigantesco mercado dos países árabes.  De acordo com relatório da Pew Research Center, em 2050, a população muçulmana em todo o mundo deverá atingir 2,76 bilhões, ou seja, 29,7% da população mundial.

Argélia, Bangladesh, Nigéria, Arábia Saudita, China, Iraque, Índia, Marrocos, Emirados Árabes e Egito importaram, juntos, de janeiro e março deste ano, o equivalente a 10% das exportações mundiais de açúcar, de acordo com o Comexstat. O valor exportado de açúcar e melados já atingiu US$ 191 milhões neste período. No ano passado, o Brasil exportou quase 16 milhões de toneladas e teve o açúcar considerado o 11º principal produto exportado pelo país. 

Para o mercado árabe os produtos precisam estar de acordo com a jurisprudência islâmica. O certificado halal, além de atender às exigências islâmicas, é uma certificação que atesta a qualidade do produto. Não só os países árabes e muçulmanos estão em busca desta certificação, mas outros que exigem segurança alimentar, como Japão, Cingapura, entre outros.

Ali Saifi, diretor-executivo da certificadora Cdial Halal,explica que para conseguir a certificação o processo dura cerca de um mês, o que inclui rígidas auditorias de especialistas em assuntos islâmicos. Para ser Halal o processo de fabricação é avaliado, verificando recebimento de matéria-prima, calibração dos equipamentos, higiene, boas práticas de fabricação, armazenamento e até mesmo a expedição do produto. Todos os tipos de açúcar são passíveis de certificação halal, basta que atendem às normas. “É imprescindível que haja controle da produção, de rastreabilidade e transporte, para que o consumidor final receba um produto que seja halal, ou seja, sem qualquer indício ilícito (oriundo de suíno ou álcool)”, explica Saifi.