Publicado em 29/05/2020 23h03

Soja pode voltar a subir com tensão EUA/China

Briga pode provocar o aumento do Dólar e da demanda sobre a oleaginosa brasileira
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

Segundo apurou a pesquisa diária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da USP), os preços da soja no mercado físico brasileiro fecharam a quinta-feira (27.05) com preços médios da soja nos portos do Brasil sobre rodas para exportação subindo 0,47% nos portos, para R$ 106,39/saca (contra R$ 105,89/saca do dia anterior). Com isto o ganho acumulado nos portos neste mês ficou em 2,71%.

No interior, o recuo foi de 0,97%, para R$ 99,81, contra R$ 100,79 do dia anterior, reduzindo os ganhos do mês para 3,02%. A T&F Consultoria Agroeconômica aponta que uma diminuição do apetite por investimentos de risco, em função do aumento das tensões entre Estados Unidos e China, poderá novamente afetar o Dólar em relação ao Real, voltando a elevá-lo.

“O Dólar no Brasil tem 30% de componentes internos (política, etc) e 70% de componentes externos. A briga EUA/China volta a afetar a economia mundial, fazendo os investidores buscarem Dólar para se garantir. Isto eleva o dólar contra o Real, e pode provocar o aumento da demanda sobre a soja brasileira, com reflexos sobre os preços – embora não esperem que as cotações atinjam os mesmos patamares de duas semanas atrás”, afirmam os analistas da T&F.

China

Ainda de acordo com a T&F, a China comprou três cargos do Brasil e três cargos dos Estados Unidos: “Os esmagadores voltaram-se para o mercado norte-americano em grande parte porque os preços dos mesmos embarques de soja brasileira continuaram a subir nesta semana devido ao fortalecimento do Real frente ao Dólar. No entanto, os esmagadores chineses notaram o preço da soja brasileira para 2021, em meio à melhora das margens de esmagamento”.