Publicado em 29/05/2020 23h04

Consumo de etanol reaquece milho nos EUA

Para a América do Sul, os preços no mercado interno do Brasil estão subindo novamente
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

O mercado do milho em Chicago protagonizou as operações hoje, uma vez que a soja pouco oscilou ao longo desta última sessão, aponta a Consultoria ARC Mercosul: “A produção de etanol nos Estados Unidos está em reaquecimento, uma vez que os estoques já estão medianos e a população voltou a sair de suas casas gradativamente e consumir combustíveis”. 

“Entretanto, a produção diária de etanol ainda é 32% inferior ao mesmo período em 2019. A ARC estima que de 7,5-8,0 milhões de toneladas do milho estadunidense deixarão de ser esmagadas para o etanol neste ano comercial que encerra agora em 31 de agosto”, explicam os analistas da Consultoria. 

Além do mais, explica a ARC Mercosul, a demanda pontual chinesa pelo cereal estadunidense não deverá durar muito, uma vez que a gigante asiática já está “saciada” de importações do grão e os conflitos entre Trump e Jinping estão se intensificando – o que deixa, cada vez mais distante, qualquer possibilidade de uma reconciliação comercial entre as duas maiores economias do globo.

De acordo com a T&F Consultoria, o governo da China começará a vender milho de seus estoques em leilão a partir desta sexta-feira (29.05), em uma tentativa de esfriar os preços domésticos: “Até 4 milhões de toneladas provavelmente serão oferecidos nas próximas semanas”.

“Para a América do Sul, os preços no mercado interno do Brasil estão subindo novamente, juntamente com o mercado de exportação FOB Santos – as ofertas foram de até 65 centavos para agosto e setembro, cerca de 10 centavos de dólar em relação ao final da semana passada. Isso ocorre o real luta para permanecer próximo de 5,3 contra o dólar, níveis não vistos em cerca de um mês. O Up River da Argentina parece ter estabilizado no lado da oferta, com níveis em torno de 40 centavos para carregamento imediato até setembro”, conclui a T&F.