Publicado em 24/06/2020 13h01

Brasil vai usar aviões para combater nuvem de gafanhotos

Secretaria do Rio Grande do Sul e o Ministério firmaram, nesta terça-feira (24/6), uma parceria com o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). A ideia é utilizar os 426 aviões da frota aeroagrícola do Estado no combate aos insetos.
Por: Da Redação

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Uma nuvem de gafanhotos está sobre a Argentina,movendo-se a uma velocidade de 100km por dia. Segundo o monitoramento climático que vem sendo realizado pelos especialistas argentinos, a praga deve seguir em direção ao Uruguai.

Com a proximidade de fronteira do Brasil com estes dois países o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) alertou as Superintendências Federais de Agricultura para que sejam tomadas as medidas cabíveis de monitoramento e orientação aos agricultores da região, em especial no estado do Rio Grande do Sul, para a adoção eventual de medidas de controle da praga caso esta nuvem ingresse em território brasileiro. “Montamos um plano de monitoramento para acompanhar o deslocamento desses gafanhotos. Esperamos que não cheguem ao Brasil mas já temos um grupo preparado para todas as ações”, garantiu a ministra Tereza Cristina por meio de suas redes sociais. 

Segundo o governo de Córdoba, na Argentina, em um quilômetro quadrado pode haver cerca de 40 milhões de insetos, que são capazes de comer o equivalente ao que 2 mil vacas consomem em um dia.

Por isso, a Secretaria do Rio Grande do Sul e o Ministério firmaram, nesta terça-feira (24/6), uma parceria com o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). A ideia é utilizar os 426 aviões da frota aeroagrícola do Estado no combate aos insetos. 

Neste trabalho as autoridades fitossanitárias brasileiras estão em permanente contato com as argentinas, bolivianas e paraguaias, acompanhando o assunto em tempo real.

Sobre a praga

Os gafanhotos da espécie Schistocerca cancellata, conhecida como gafanhoto migratório sul-americano. Têm grande potencial de dano já que se alimenta de vegetais, lavouras e pastagens.

A praga está presente no Brasil desde o século XIX e causou grandes perdas às lavouras de arroz na região sul do País nas décadas de 1930 e 1940. Desde então, tem permanecido na sua fase “isolada” que não causa danos .

Os fatores que levaram ao ressurgimento desta praga em sua fase mais agressiva na região estão sendo ainda avaliados pelos especialistas e podem estar relacionados a uma conjunção de fatores climáticos, como temperatura, índice pluviométrico e dinâmica dos ventos.