Publicado em 14/07/2020 12h40

Segunda onda de Covid-19 e maior demanda causa risco de falta de alimentos nos EUA

Mercearias estão com problemas para manter estoques após retomada de medidas restritivas para controlar a doença
Por: Estadão Conteúdo

Segunda onda

A segunda onda de infecções pelo novo coronavírus nos Estados Unidos, somada à crescente demanda, está pressionando o fornecimento de alimentos no país. Com a retomada nos bloqueios e nas medidas restritivas como forma de conter a propagação da doença, as mercearias estão enfrentando problemas para manter os estoques.

No dia 5 de julho, por exemplo, 10% dos alimentos embalados, bebidas e utensílios domésticos estavam fora de estoque. Antes da pandemia, essa porcentagem variava de 5% a 7%, segundo a empresa de pesquisa IRI.

Nesse cenário, fabricantes de alimentos como a General Mills, Campbell Soup e Conagra Brands afirmaram estarem atuando com um fornecimento rápido, embora não estejam conseguindo reabastecer estoques. Itens como farinha, sopa enlatada, macarrão e arroz, por exemplo, continuam escassos.

A expectativa das empresas e dos donos de estabelecimentos do segmento de food service é de que os efeitos da pandemia sobre a economia e o fechamento dos bares e restaurantes resultem em um longo período de alimentação em casa.

Como as medidas de segurança adicionais nas fábricas estão diminuindo a capacidade produtiva das empresas, executivos das companhias afirmam que há comida suficiente para a população, mas que os estoques são limitados e nem todos os produtos estão disponíveis em qualquer lugar.

Embora a disponibilidade de alguns produtos tenha melhorado, como a de carne, isso não se refletiu em todo o setor alimentício. É o caso da farinha, que vinha tendo uma demanda reduzida nos últimos anos e a indústria não conseguiu aumentar a produção de forma rápida para atender à demanda repentina.

Em março, as vendas de farinha dos EUA subiram 233% em relação ao ano anterior, segundo a empresa de pesquisa de mercado Nielsen, e permaneceram 25% mais altas em junho do que no ano anterior.