Publicado em 23/10/2020 00h21

Protestos agrícolas e crise dominam semana na Argentina

Deputado propõe projeto que gerou polêmica
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

Em meio a uma crise econômica na Argentina, o país vive uma série de fatos que impactam diretamente no agronegócio local. De acordo com o La Nacion, os principais problemas econômicos são dólar imparável, valores em termos democráticos que se evaporam, empresas que vão embora.  

“O que está acontecendo? Há um relatório feito por economistas do IDEA, que teve como um dos pesquisadores Santiago Bulat e doze dos principais empresários argentinos, onde mostram estes números: em nosso país nascem 2.000 meninos por dia; 56% deles o fazem abaixo da linha da pobreza. E continuamos a discutir se isso ou aquilo tem que mudar, se tem que reclamar ou não, quando na realidade poderíamos deixar a Justiça seguir seu caminho e nos preocuparmos com os verdadeiros temas da agenda”, diz o portal. 

No agronegócio, o fato que mais vem chamando a atenção no país vizinho ao nosso são os protestos ocorrendo em uma fazenda de propriedade ligada ao ex-ministro da agricultura argentino, Luis Miguel Etchevehere. Neste momento, um grupo de pessoas invadiu a propriedade do ex-ministro, se negando a sair. 

“A ideia é ficar até ouvirmos o resultado da audiência, se for ordenado o despejo do imóvel. Essa é uma batalha e não vai acabar só quando a Justiça for feita nesta instância, mas pode continuar em outras instâncias como está acontecendo no ao sul, ao norte ", disse Walter Feldkamp, diretor da Sociedad Rural Argentina (SRA) Entre Ríos. 

Enquanto o resultado não sai, produtores de Entre Ríos estão se reunindo para retirar os manifestantes da propriedade. les marcharão às 12 horas com cavaleiros, veículos e tratores no acesso a Santa Elena, a 1500 metros da entrada do campo usurpado. Eles pretendem somar à sociedade entrerriana. 

Além disso, um projeto de Máximo Kirchner, presidente do bloco de deputados da Frente de Todos, gerou rebuliço na oposição e nas lideranças rurais. A iniciativa, qualificada de "delírio" pelo Juntos por el Cambio, propõe proibir, por 30 anos, a modificação da destinação dada às áreas atingidas por incêndios, intencionais ou não. De acordo com o projeto, não poderiam ser desenvolvidos nesses terrenos outras explorações agrícolas além das vigentes na superfície à data do início do incêndio, nem empreendimentos imobiliários ou qualquer outro tipo de nova atividade.