No ano que passou houve um acréscimo de 1,9 milhão de hectares no Brasil na utilização de transgênicos em relação a 2013, o que corresponde a um crescimento de 5%. Em 2013, o País havia ampliado sua área cultivada com variedades geneticamente modificadas em 3,7 milhões de hectares em relação a 2012, maior índice de crescimento já registrado se comparado a qualquer outro país no mundo. No Brasil, o Paraná é o segundo maior produtor de transgênicos, com um total anual de 7,1 milhões de hectares plantados com essa tecnologia, perdendo somente para Mato Grosso, com 12,4 milhões de hectares.
O estudo sobre a participação dos transgênicos na produção mundial de alimentos foi divulgado na semana passada pelo Serviço Internacional para Aquisição e Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA). Anderson Galvão, representante da entidade no Brasil, aponta que a tecnologia transgênica já chegou nas mãos de 18 milhões de produtores em todo o mundo e cresceu principalmente em pequenas propriedades.
Galvão explica que, na soja, a adesão brasileira aos produtos geneticamente modificados é de 93%, seguindo do milho (82%) e algodão (65%). Em produção, o volume totalizou 91,35 milhões de toneladas, 85,16 milhões de toneladas e 1,45 milhão de tonelada, respectivamente em 2014. "A biotecnologia tem crescido de forma consistente porque tem ajudado o agricultor a produzir de forma segura", observa o representante do ISAAA. Em 2014 o Brasil plantou comercialmente, pelo segundo ano consecutivo, a primeira soja combinada com resistência a insetos e tolerância a herbicidas. Ao todo foram semeados no ano passado 5,2 milhões de hectares, contra 2,2 milhões de hectares plantados com a tecnologia em 2013.
Galvão explica que os ganhos econômicos com a tecnologia transgênica são significativos. O estudo apontou que de 1996 a 2013 houve um aumento na movimentação de US$ 68 milhões nos países em desenvolvimento. "O Brasil é um dos líderes na adoção de novas tecnologias", salienta Galvão. Em 2014, 28 países cultivaram plantas geneticamente modificadas, um a mais se comparado ao ano anterior. Bangladesh foi o último a aderir à tecnologia com uma variedade de berinjela transgênica.
O estudo apontou que o crescimento médio mundial na adoção de plantas transgênicas varia de 3% a 4% ao ano. O levantamento do ISAAA apontou que além dos bons rendimentos dos produtos geneticamente modificados, a tecnologia proporcionou no mundo uma redução de 37% no uso de defensivos agrícolas e um incremento de 68% na renda do produtor.
Na liderança
Os EUA continuaram na liderança sobre o uso dos transgênicos com 40% da produção mundial. De acordo com ISAAA, a taxa média de adoção dos produtores americanos é de mais de 90%. O crescimento anual nos EUA em 2014 foi de 4%. Neste ano, o aumento em área cultivada no país foi de 3 milhões de hectares, maior do que em qualquer outro no mundo.
O maior aumento nos EUA em 2014 se deu principalmente pela alta de 11% na área cultivada total de soja, alcançando um recorde de 34,3 milhões de hectares plantados com a oleaginosa. A adoção em 2014 à tecnologia aumentou em todas as três principais cultivares. Na soja, a participação passou de 93% para 94%, no milho de 90% a 93% e no algodão de 90% a 96%.