Publicado em 04/03/2015 09h47

SP: Agricultura ainda depende das águas de março

O volume de chuvas desse mês vai ser decisivo para o futuro da agricultura do Alto Tietê no que se refere ao uso de água dos rios para a irrigação.
Por: O Diário de Mogi

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Na sua primeira entrevista para a Região desde que foi empossado no cargo, no início de janeiro e desde que começaram a restringir a água pelos produtores rurais, o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, fala dos impactos da crise hídrica no setor agrícola e da importância da produção do Alto Tietê para o abastecimento de São Paulo. Ele ressalta que o Estado está no limite e postergando ao máximo a aplicação de uma “injeção” mais dolorida o que, em outras palavras, significaria a restrição da água para o uso produtivo em prol da garantia de disponibilidade para o consumo humano. Essa decisão dependerá das chuvas que caírem ao longo de março, cuja previsão, segundo a Secretaria de Estado de Recursos Hídricos, não é nada animadora.

Depois de um fevereiro com chuvas acima da média, a expectativa é de que os meses de março, abril e maio sejam relativamente secos. Ainda que o “sufoco imediato” passe, o secretário afirma que a agricultura não será mais a mesma depois dessa crise e que a modernização da lavoura, com culturas que demandem menos água e equipamentos de irrigação mais eficientes, será inevitável. Jardim, aliás, nega uma caça às bruxas aos agricultores do Alto Tietê e diz que o número de autuações feitas nas propriedades rurais está aquém daqueles que realmente fazem uso ilegal da água.

No entanto, a Secretaria de Estado da Agricultura não dispõe de dados oficiais sobre o número de produtores da Região que captam água dos rios e quantos desses estão irregulares. A pasta também não informou quantos agricultores atuam no Alto Tietê, sob o argumento de que o levantamento existente é de 2008, mas adianta que um novo cadastro será feito neste ano.