Publicado em 10/03/2015 09h08

Mulheres das ilhas de Belém aumentam colheita e se destacam na produção de açaí

Nas ilhas de Belém, no Pará, um grupo de mulheres veem no cultivo do açaí uma fonte de renda e a oportunidade para melhorar a qualidade de vida. São 14 mulheres que trabalham na colheita do fruto e aumentaram a produtividade em 80%. Entre as ilhas Grande, Combu, Maracujá e Jussara, a área manejada ultrapassa 100 hectares.
Por: Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário

açai

A agricultora familiar Edna dos Anjos, 50 anos, é uma das mulheres que comemora o bom desempenho obtido após a orientação de um técnico extensionista da Emater/PA. A ação faz parte dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Ater/MDA). “Nosso açaizal deu muito mais frutos. Nós não sabíamos fazer o manejo corretamente e o que colhíamos era muito pouco. Quando passamos a colocar as orientações em prática, as árvores ficaram mais amplas e deram fruto mais cedo. Agora as árvores estão mais limpas, mais bonitas e uma safra vai emendando na outra”, garante. 

Edna coleta açaí desde muito jovem, quando ainda tinha agilidade para subir nas árvores. Hoje, a produtora que vive na Ilha de Jussara, conta com o auxílio do marido e de um dos filhos para fazer a coleta, além de ser responsável pelo manejo do açaí. A família vive da pesca e complementam a renda com a comercialização do produto. 

Durante o período da safra, de junho a dezembro, a colheita rende, por mês, 300 latas de açaí. Por ano, são comercializadas mais de 10 toneladas do produto para mercados e feiras locais. A maioria, de acordo com Edna, é vendida para a Feira Ver-o-Peso, considerada a maior feira ao ar livre da América Latina. Segundo ela, a renda mensal obtida com a venda do açaí chega a R$2,5 mil. 

A produtora, junto com outras mulheres das ilhas, trabalha agora para criar uma cooperativa para expandir a comercialização. “O objetivo é vender para os supermercados e para as escolas”, explica Edna ao destacar que busca fortalecer o cultivo para facilitar o trabalho e gerar mais renda. 

Crédito Rural 

Além da assistência técnica, a produtora contou com o apoio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) na linha Floresta, que financia projetos para exploração extrativista ecologicamente sustentável e plano de manejo florestal. Com o crédito, a família investiu na compra do material necessário para o manejo do açaí. “Nossa renda e nossa produtividade melhoraram. Com o financiamento, podemos comprar o material utilizado e fazer, nós mesmos da família, todo o manejo”, conta Edna. 

Engenheiro agrônomo da Emater, Lucival Chaves explica que a assistência técnica consiste no desenvolvimento de estratégias para o fortalecimento produtivo das propriedades que recebem a orientação e resulta na intermediação para o acesso das mulheres ao crédito rural. “No trabalho de Ater, nós fazemos a visita nas áreas, identificamos o que precisa melhorar, desenvolvemos técnicas e colocamos em prática junto com estratégias de suporte para investimento, como o Pronaf Floresta”, relata o engenheiro. 

Segundo a Emater, cerca de 50% das mulheres que coletam açaí nas ilhas de Belém acessaram, no próprio nome, crédito rural. De julho de 2014 a janeiro deste ano, os agricultores familiares acessaram R$ 16,5 bilhões do Pronaf, do MDA. As mulheres, na safra atual 2014/2015, foram responsáveis por R$ 2,4 bilhões em mais de 340 mil contratos. 

 


Aline Dias