Publicado em 21/01/2025 12h31

Berlim luta contra o primeiro surto de febre aftosa em 35 anos e continua a realizar abates preventivos

Na Alemanha, alguns dias após o primeiro surto de febre aftosa em mais de 35 anos, mais animais continuam sendo abatidos como medida de precaução.
Por: Wisley Torales

Imagem reprodução euronews.com

Na segunda-feira, 55 cabras, ovelhas e três bovinos foram abatidos em uma propriedade em Schöneiche, no estado de Brandemburgo, depois de confirmado o surto de Febre Aftosa no último dia 10 de janeiro.

A propriedade afetada havia comprado feno de uma fazenda de búfalos em Hönow alguns dias antes, onde a doença foi notificada e confirmada pela primeira vez. Imediatamente, foi decretada uma proibição de 72 horas para o transporte de vacas, porcos, ovelhas, cabras e outros animais, a fim de evitar a propagação da doença.

As investigações realizadas desde então indicaram que a febre aftosa não se espalhou mais em Brandemburgo e que está contida nas duas propriedades de Schöneiche e Hönow. "As amostras que estão sendo analisadas atualmente não revelaram outros resultados positivos", afirma Hanka Mittelstädt, ministra da Agricultura de Brandemburgo.

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"Resta saber se essas 72 horas serão prolongadas ou se outras medidas serão adotadas", acrescentou.

Os legisladores federais alemães também foram convocados a se pronunciar sobre o assunto. O ministro Federal da Agricultura, Cem Özdemir, afirmou que é muito cedo para dizer se a doença está totalmente controlada, acrescentando que estão sendo realizados testes rigorosos para garantir sua contenção.

"Neste momento, não podemos afirmar se a doença permanecerá em uma única propriedade ou se outras serão afetadas. Esperamos, naturalmente, junto com nossos criadores de gado e com a indústria exportadora afetada, que se trate de uma área limitada", disse Özdemir.

O surto, o primeiro desde 1988, certamente terá consequências drásticas. As exportações de produtos de origem animal da Alemanha giram em torno de 10 bilhões de euros por ano, sendo o Reino Unido o maior cliente.

A perda do status de Berlim como área livre de febre aftosa significa que os certificados veterinários para exportações fora da União Europeia não são mais possíveis.

Segundo Özdemir, o surto também afetará as exportações de leite e produtos lácteos, produtos à base de carne, couro, peles e produtos sanguíneos. Özdemir afirmou que o ministério "partiu do princípio de que países terceiros imporão imediatamente proibições a esses produtos provenientes da Alemanha", limitando ainda mais suas possibilidades de abastecimento.

O ministro da Agricultura também destacou que o objetivo imediato é garantir a contenção da doença.

A febre aftosa provoca febre e bolhas na boca de animais como bovinos, suínos, ovinos e caprinos. Há algumas décadas, a doença afetou a maior parte do mundo e exigiu grandes campanhas de abate para ser erradicada.

Embora seja altamente infecciosa, a febre aftosa em animais não representa uma ameaça para os seres humanos, nem por contato nem pelo consumo de carne ou leite de um animal infectado. A doença ocorre regularmente no Oriente Médio e na África, além de alguns países asiáticos e sul-americanos.

Até 1991-1992, a febre aftosa foi controlada na Europa por meio de programas de vacinação sistemática de toda a população bovina do continente. Depois que a Europa ficou oficialmente livre da doença por vários anos, as vacinas foram descontinuadas e, desde então, o número de casos tem se mantido baixo.

Com informações Euro News

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