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Na segunda-feira, 55 cabras, ovelhas e três bovinos foram abatidos em uma propriedade em Schöneiche, no estado de Brandemburgo, depois de confirmado o surto de Febre Aftosa no último dia 10 de janeiro.
A propriedade afetada havia comprado feno de uma fazenda de búfalos em Hönow alguns dias antes, onde a doença foi notificada e confirmada pela primeira vez. Imediatamente, foi decretada uma proibição de 72 horas para o transporte de vacas, porcos, ovelhas, cabras e outros animais, a fim de evitar a propagação da doença.
As investigações realizadas desde então indicaram que a febre aftosa não se espalhou mais em Brandemburgo e que está contida nas duas propriedades de Schöneiche e Hönow. "As amostras que estão sendo analisadas atualmente não revelaram outros resultados positivos", afirma Hanka Mittelstädt, ministra da Agricultura de Brandemburgo.
"Resta saber se essas 72 horas serão prolongadas ou se outras medidas serão adotadas", acrescentou.
Os legisladores federais alemães também foram convocados a se pronunciar sobre o assunto. O ministro Federal da Agricultura, Cem Özdemir, afirmou que é muito cedo para dizer se a doença está totalmente controlada, acrescentando que estão sendo realizados testes rigorosos para garantir sua contenção.
"Neste momento, não podemos afirmar se a doença permanecerá em uma única propriedade ou se outras serão afetadas. Esperamos, naturalmente, junto com nossos criadores de gado e com a indústria exportadora afetada, que se trate de uma área limitada", disse Özdemir.
O surto, o primeiro desde 1988, certamente terá consequências drásticas. As exportações de produtos de origem animal da Alemanha giram em torno de 10 bilhões de euros por ano, sendo o Reino Unido o maior cliente.
A perda do status de Berlim como área livre de febre aftosa significa que os certificados veterinários para exportações fora da União Europeia não são mais possíveis.
Segundo Özdemir, o surto também afetará as exportações de leite e produtos lácteos, produtos à base de carne, couro, peles e produtos sanguíneos. Özdemir afirmou que o ministério "partiu do princípio de que países terceiros imporão imediatamente proibições a esses produtos provenientes da Alemanha", limitando ainda mais suas possibilidades de abastecimento.
O ministro da Agricultura também destacou que o objetivo imediato é garantir a contenção da doença.
A febre aftosa provoca febre e bolhas na boca de animais como bovinos, suínos, ovinos e caprinos. Há algumas décadas, a doença afetou a maior parte do mundo e exigiu grandes campanhas de abate para ser erradicada.
Embora seja altamente infecciosa, a febre aftosa em animais não representa uma ameaça para os seres humanos, nem por contato nem pelo consumo de carne ou leite de um animal infectado. A doença ocorre regularmente no Oriente Médio e na África, além de alguns países asiáticos e sul-americanos.
Até 1991-1992, a febre aftosa foi controlada na Europa por meio de programas de vacinação sistemática de toda a população bovina do continente. Depois que a Europa ficou oficialmente livre da doença por vários anos, as vacinas foram descontinuadas e, desde então, o número de casos tem se mantido baixo.
Com informações Euro News