A safra de cana-de-açúcar 2024/25 no Brasil enfrenta desafios climáticos, mas a produção de açúcar e etanol deve se manter em alta. O setor busca estratégias para mitigar os impactos e garantir o abastecimento.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de cana deve atingir 652,45 milhões de toneladas. Esse volume representa um aumento de 2,3% em relação à safra anterior.
Apesar do aumento na produção de cana, a qualidade da matéria-prima pode ser afetada pelas condições climáticas. A irregularidade das chuvas e as altas temperaturas impactam o teor de sacarose.
"O clima tem sido um fator de atenção, com variações que exigem adaptação por parte dos produtores", afirma um especialista do setor.
A produção de açúcar deve alcançar 46,29 milhões de toneladas, um aumento de 13,8% em relação à safra anterior. Esse crescimento reflete a priorização do açúcar pelas usinas.
A produção de etanol, por sua vez, deve atingir 33,3 bilhões de litros, um aumento de 3,9%. Desse total, 20,2 bilhões de litros são de etanol hidratado e 13,1 bilhões de litros de etanol anidro.
O mix de produção, ou seja, a proporção de cana destinada à produção de açúcar e etanol, é um fator determinante para os resultados da safra. As usinas têm flexibilidade para ajustar o mix de acordo com as condições de mercado.
A área colhida de cana-de-açúcar deve atingir 8,39 milhões de hectares, um aumento de 0,6% em relação à safra anterior. Esse crescimento reflete o investimento em novas áreas de cultivo.
A produtividade média da lavoura está estimada em 77,7 toneladas por hectare, um aumento de 1,7%. Esse aumento é resultado do uso de tecnologias e práticas agrícolas mais eficientes.
O Centro-Sul do Brasil é a principal região produtora de cana-de-açúcar, respondendo por cerca de 90% da produção nacional. São Paulo, Minas Gerais e Goiás são os principais estados produtores.
A mecanização da colheita tem avançado no setor, reduzindo a dependência de mão de obra e aumentando a eficiência. A adoção de novas tecnologias também contribui para a sustentabilidade da produção.
A preocupação com a sustentabilidade tem impulsionado a busca por práticas agrícolas mais responsáveis. O uso de bioinsumos e a redução do consumo de água são exemplos de iniciativas nesse sentido.
O mercado internacional de açúcar e etanol também influencia a safra brasileira. A demanda global e os preços praticados no mercado externo afetam as decisões de produção das usinas.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) acompanha de perto o desenvolvimento da safra e as tendências do mercado. A entidade representa os interesses do setor e promove o diálogo com o governo e a sociedade.
A safra de cana-de-açúcar é um importante motor da economia brasileira, gerando empregos e renda em diversas regiões do país. O setor contribui para o desenvolvimento sustentável e a segurança energética.
Apesar dos desafios, o setor de cana-de-açúcar se mostra resiliente e adaptado às mudanças do mercado. A busca por inovação e a adoção de práticas sustentáveis são fundamentais para o futuro do setor.
A expectativa é que a moagem de cana atinja 588,1 milhões de toneladas, com um ATR (Açúcar Total Recuperável) médio de 136,8 kg/tonelada.