O mercado do boi gordo apresenta um cenário de ajuste, com a indústria frigorífica reagindo e promovendo um recuo nas cotações em diversas praças. Após um período de preços elevados, o mercado busca um novo equilíbrio.
Segundo levantamento da Agrifatto, em algumas regiões, a arroba do boi gordo já registra quedas de até R$ 5. Essa correção nos preços reflete uma menor pressão da demanda e uma maior oferta de animais.
A reação da indústria é uma resposta ao aumento da oferta de boi gordo, que vinha sendo represada pelos pecuaristas. Com a melhora das pastagens e o fim do período de seca, mais animais estão prontos para o abate.
"O pecuarista está aproveitando o momento para vender os animais que estavam retidos, o que aumenta a oferta e pressiona os preços", explica um analista de mercado.
A demanda por carne bovina, embora ainda aquecida, não acompanha o ritmo do aumento da oferta. Os frigoríficos estão ajustando seus estoques e reduzindo a pressão sobre os preços.
A China, principal destino da carne bovina brasileira, tem demonstrado um ritmo de compras mais lento nas últimas semanas. Essa redução na demanda chinesa também contribui para a queda nos preços.
A valorização do real frente ao dólar também exerce pressão sobre os preços do boi gordo. As exportações se tornam menos atrativas, reduzindo a demanda pelos animais.
Os custos de produção na pecuária, embora ainda elevados, têm apresentado uma leve queda. A redução nos preços dos insumos, como ração e fertilizantes, alivia a pressão sobre os custos e contribui para a queda nos preços do boi gordo.
A Scot Consultoria aponta que a arroba do boi gordo em São Paulo está cotada, em média, a R$ 330,00, com variação dependendo da região e das condições dos animais.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) acompanha de perto o cenário do mercado do boi gordo. A entidade orienta os produtores rurais a tomar decisões estratégicas para garantir a rentabilidade da atividade.
A gestão eficiente da propriedade rural é fundamental para enfrentar os momentos de instabilidade no mercado. Os pecuaristas precisam controlar os custos de produção e buscar alternativas para agregar valor aos seus produtos.
A diversificação da produção e a adoção de práticas sustentáveis são estratégias importantes para garantir a resiliência da pecuária brasileira.