Sul da Ásia: Mudanças climáticas ameaçam agricultura familiar
Publicado em 08/05/2025 07h06

Sul da Ásia: Mudanças climáticas ameaçam agricultura familiar

Novo estudo aponta que agricultores de Nepal, Índia e Bangladesh enfrentam desafios crescentes devido às mudanças climáticas. A pesquisa revela a necessidade de políticas públicas adaptadas às realidades locais.
Por: Redação

Um estudo publicado no Journal of Geographical Sciences revela os impactos das mudanças climáticas sobre agricultores de sequeiro em Nepal, Índia e Bangladesh. A pesquisa, conduzida por instituições regionais e liderada pelo professor Prem Sagar Chapagain e pelo Dr. Linshan Liu, demonstra que o aumento das temperaturas e a imprevisibilidade das chuvas afetam a produção agrícola e a sobrevivência das comunidades.

O estudo envolveu 633 famílias de agricultores nos três países. Através de análises estatísticas e entrevistas, os pesquisadores identificaram os fatores que influenciam a capacidade de adaptação dos pequenos produtores rurais.

Em Nepal, o tamanho das propriedades, o acesso a capacitações técnicas e o uso de sementes melhoradas se destacaram. Na Índia, seguros agrícolas e a flexibilidade no calendário de plantio foram considerados fatores-chave. Em Bangladesh, o acesso a instituições financeiras, apoio comunitário e previsões climáticas confiáveis foram cruciais.

Apesar das particularidades locais, o estudo identificou barreiras comuns. O acesso limitado a informações meteorológicas confiáveis, a infraestrutura precária e a baixa participação em programas de capacitação foram apontados como desafios.

Quase 90% dos agricultores em Bangladesh e Nepal relataram impactos negativos do clima. No entanto, poucos dispõem de recursos para reagir adequadamente. Famílias com fontes alternativas de renda ou que recebem remessas do exterior demonstraram maior resiliência.

O estudo aponta para a necessidade de políticas públicas adaptadas às realidades locais. Segundo o professor Chapagain, “adaptação não diz respeito apenas aos recursos disponíveis, mas também às redes sociais e aos sistemas de apoio que permitem seu uso efetivo”.

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