O setor de processamento de soja segue em trajetória positiva no Brasil e deve alcançar novos recordes em 2025. A avaliação é da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), que aponta o bom desempenho registrado ao longo de 2024 como fator determinante para as projeções de crescimento do complexo soja no próximo ano.
Dados divulgados pela Abiove mostram que, somente em maio, foram processadas 4,87 milhões de toneladas de soja no país. Este volume representa um aumento de 2,1% em relação a abril e de 13,6% na comparação com o mesmo mês de 2024, ajustado pela base amostral.
No acumulado do ano, o volume processado chegou a 21,33 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 5,9% sobre igual período do ano passado.
A Abiove destaca que o desempenho está diretamente ligado à elevação da mistura obrigatória de biodiesel, que incorporou os percentuais B14 e B15 ao longo de 2024.
"Estamos vivendo um ano positivo para o processamento de soja, com perspectiva de recorde", afirma Daniel Furlan Amaral, Diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da ABIOVE.
Amaral também aponta que a demanda firme por óleo de soja tem mantido o ritmo de atividade elevado na indústria.
Para o restante do ano, a previsão é de continuidade no crescimento. A produção nacional de soja deve alcançar 169,7 milhões de toneladas, enquanto o volume de esmagamento está projetado em 57,8 milhões de toneladas – ligeira alta de 0,5%.
A produção de farelo e óleo de soja deve atingir 44,5 milhões e 11,6 milhões de toneladas, respectivamente, com avanços de 0,9% e 1,3%.
No mercado externo, a expectativa também é otimista. A exportação de soja em grãos deve somar 109 milhões de toneladas, aumento de 0,9% sobre o ano anterior.
As vendas externas de farelo devem se manter estáveis em 23,6 milhões de toneladas.
As exportações de óleo de soja devem sofrer uma leve retração de 3,6%, sendo revisadas para 1,35 milhão de toneladas.
As importações de óleo e grão de soja devem somar, respectivamente, 100 mil e 500 mil toneladas, como forma de complementar a oferta no mercado interno.