Os preços do milho registraram alta na primeira semana de outubro, com o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) voltando a operar acima de R$ 65 por saca de 60 kg. De acordo com análise do Cepea, o movimento foi impulsionado pela retração de vendedores e por uma demanda pontualmente aquecida no mercado spot.
No campo, os produtores adotam uma postura de cautela. O retorno das chuvas em importantes regiões produtoras do Sul e Centro-Oeste do país, embora favoreça o início da semeadura da safra de verão, também impõe desafios. A intensidade das precipitações dificulta o avanço das atividades, limitando a oferta de grãos no mercado físico.
Outro fator de sustentação para as cotações vem do cenário externo. As exportações brasileiras de milho mantiveram um bom ritmo durante o mês de setembro, o que ofereceu suporte aos preços praticados tanto nos portos quanto no interior do país.
Essa movimentação no mercado internacional auxilia no escoamento de parte dos estoques da safrinha. A comercialização reduz a pressão de baixa sobre os preços, que é um movimento típico para este período do ano, após a colheita da segunda safra.
Do lado da demanda, os compradores voltaram a atuar no mercado spot com o objetivo de recompor seus estoques. No entanto, muitos agentes ainda relatam possuir volumes suficientes para atender às necessidades de curto prazo, o que acaba por limitar uma valorização ainda mais expressiva do cereal.
O comportamento do mercado nas próximas semanas continuará sensível às condições climáticas para a nova safra. A competitividade do milho brasileiro no cenário internacional também será um fator determinante para a formação dos preços.
