O Brasil obteve autorização para exportar dois novos tipos de produtos de origem animal para a Índia. A decisão, que libera a venda de derivados de ossos bovinos, além de chifres e cascos, foi o principal resultado da missão oficial do governo brasileiro ao país asiático, encerrada nesta sexta-feira (17).
A comitiva foi liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Os certificados que oficializam a abertura dos mercados foram entregues durante uma reunião entre a secretária-adjunta de Pecuária e Lácteos da Índia, Varsha Joshi, e representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Segundo o secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Marcel Moreira, a conquista demonstra a capacidade do Brasil de agregar valor e aproveitar integralmente o potencial de seus rebanhos.
“A exportação desses produtos contribui diretamente para a competitividade das cadeias pecuárias brasileiras. São utilizados para atender a diferentes segmentos da indústria de alimentos, química e farmacêutica, por exemplo na produção de gelatinas e pet food”, destacou Moreira.
A abertura dos novos mercados na Índia se soma a um esforço contínuo do governo para ampliar a presença do agronegócio brasileiro no cenário global. Desde o início da atual gestão, já foram mais de 450 novos mercados abertos, em 72 países.
Além da liberação dos subprodutos bovinos, a agenda em Nova Délhi serviu para avançar em outras negociações. De acordo com o adido agrícola do Mapa na Índia, Ângelo de Queiroz Maurício, há conversas em andamento para a exportação de pet food, material genético avícola e outros itens de reciclagem animal.
A comitiva do Mapa também se reuniu com o secretário-adjunto de Agricultura e Bem-Estar dos Agricultores da Índia, Ajeet Kumar Sahu, para debater o fortalecimento do comércio bilateral. O Brasil manifestou interesse em vender produtos como pulses (leguminosas secas) e erva-mate para o mercado indiano.
“Existe um enorme potencial para ampliar o acesso dos produtos do agronegócio brasileiro na Índia. O aumento da renda e do consumo no país tem impulsionado a demanda por pulses, proteínas e frutas, segmentos em que o Brasil pode ser um parceiro estratégico”, explicou Marcel Moreira.
Do lado indiano, foi destacada a importância de buscar a equivalência de padrões para análises de risco de pragas, o que poderia acelerar os processos de liberação comercial.
A cooperação em pesquisa também foi pauta do encontro, com base no Memorando de Entendimento (MoU) assinado em julho entre a Embrapa e o Conselho Indiano de Pesquisa Agrícola (ICAR). O foco agora é implementar um plano de trabalho conjunto para desenvolver a agricultura de forma sustentável em ambos os países.
