Publicado em 21/09/2015 11h56

Agricultura busca alternativa para manutenção de estradas rurais

O programa de pavimentação de estradas do governo catarinense, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), pode servir de modelo para o Paraná.
Por: Folha Web

estradas rurais 21.09.2015

O secretário de Agricultura e Abastecimento de Londrina, Vitor dos Santos Júnior, acompanhou a comitiva paranaense que esteve na semana passada em Santa Catarina conhecendo o programa. A intenção da visita foi trocar experiência e conhecer novas soluções para recuperação e manutenção de estradas.

De acordo com o secretário, os municípios catarinenses estão optando entre três soluções: estabilizante iônico de solo, moledo, moledo com brita mais fina. O estabilizante químico é uma nova tecnologia que começa a ser aplicada no País. Em Londrina, a empresa LTP Construções fez um teste de aplicação do produto Con-Aid, importado da África do Sul, na Estrada Pieroli, no Distrito Espirito Santo, na zona sul.

O produto foi aplicado em 3,7 km, em abril e julho. O trabalho foi custeado pelos moradores e contou com parceria com a Prefeitura, que disponibilizou maquinário para aplicação em um trecho de 1.850 metros, os demais foram feitos pela empresa. O custo para desta nova tecnologia é mais alto do que o tradicional moledo, mas, segundo o engenheiro Michael Lundgren Rodrigues, da LTP Construções, a redução dos gastos com manutenção são o grande atrativo para a sua aplicação. "O custo é quase similar, mas os gastos com manutenção é muito menor", explica Rodrigues.

Outras vantagens, de acordo com o engenheiro, são a redução do uso de materiais e a agilidade na aplicação. Para fazer uma base de 22,5 centímetros, seriam necessários 3.078 toneladas de cascalho e 257 viagens para transportá-lo, enquanto que usando o estabilizante químico, seriam usados 50kg do produto. Cada tambor de 50 litros do produto pode ser aplicado em uma área de 10 mil metros quadrados.

Para o secretário, o produto é uma alternativa viável, principalmente por reduzir a necessidade de manutenção, mas descartou a utilização nas estradas rurais de Londrina em médio prazo. "A secretaria não tem orçamento para este tipo de tecnologia. Mas vamos esperar para ver se o governo do Estado se posiciona sobre a busca recursos, como fez Santa Catarina", afirmou Júnior.

O presidente do Sindicato Rural Patronal de Londrina, Narciso Pissinatti, considera inviável por causa do custo, mas vê como uma alternativa para o futuro. "Temos que ter mais exemplos e ver quanto tempo realmente dura o produto. Mas pode ser algo novo", disse Pissinatti.