Publicado em 14/06/2016 18h39

Milho em MT tem menor produtividade em cinco anos

No mesmo período, o custo de produção subiu 72% e atingiu valor recorde, segundo os cálculos do Imea
Por: Venilson Ferreira

A produtividade da milho em Mato Grosso, estimada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) em 83,4 sacas por hectare, o menor volume dos últimos cinco anos, enquanto no mesmo período o custo de produção subiu 72% e atingiu patamar recorde.

Os técnicos do Imea observam que a quebra da produtividade, provocada pelas adversidades climáticas, “reflete diretamente no bolso do produtor mato-grossense, pois o ponto de equilíbrio, ou seja, o preço médio pelo qual cada saca de milho precisa ser vendida para cobrir o custo variável, está 37% superior ao da safra 2010/2011, registrando, assim, o maior patamar já visto”.

Segundo levantamento do Imea, a comercialização do milho da safra 2015/2016 avançou 2,5 pontos percentuais no mês passado e atingiu 65,8% da produção estimada em 21,24 milhões de toneladas. Os técnicos do Imea salientam que a previsão atual não considera ainda todas as novas quebras na produção do Estado, “devido ao fato de os números não serem totalmente seguros para pautar uma estimativa que incorpore tal dado”.

Eles comentam que o avanço observado no mês passado foi em grande parte no mercado físico, “mais especificamente no mercado interno, cujos preços disponíveis estão muito acima do visto nos últimos cinco anos nesse período, com média de R$ 15,88/saca, enquanto que a média do último mês foi de R$ 39,28/saca”.

Os técnicos explicam que as cotações disponíveis estão respondendo à evolução da colheita, “no entanto, sabe-se que restam poucas toneladas a serem comercializadas, o que está fundamentando os preços ainda elevados no mercado interno”. Eles acreditam que os números devem ficar mais claros no próximo relatório de comercialização do Imea, o qual deve incorporar uma nova estimativa de safra do milho 15/16.

A colheita do milho em Mato Grosso avançou 2,66 pontos percentuais nesta semana e atingiu 5,61% da produção estimada. Em 2015, no mesmo período, o avanço nos trabalhos de campo era de 2,17%.