Publicado em 26/09/2017 15h51

Abic: indústria brasileira permanece preocupada com oferta interna

Diante dos preços menos remuneradores, os produtores de café estão segurando o produto
Por: Estadão Conteúdo

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Ricardo Silveira, apontou que a oferta do grão no mercado interno continua apertada e isso tem preocupado as torrefadoras nacionais. Diante dos preços menos remuneradores, os produtores de café estão segurando o produto. "Isso é um comportamento natural do mercado. Mas a indústria fica preocupada", disse. Entre os fatores que tem colaborado com esse aperto na oferta estão os relatos de pragas nos cafezais, como a broca, que levaram os industriais a restringirem a compra de grãos brocados para atender uma resolução da Anvisa (RDC 14), que limita a quantidade de matéria estranhas no café.

A orientação da Abic agora é que seus associados não comprem café com mais de 5% de broca, para evitar romper os limites impostos pela Anvisa. Algumas áreas de produção de café, entretanto, chegaram a relatar incidência da praga de até 20%. Além disso, a safra brasileira de café em 2017, já praticamente toda colhida, deve ser menor do que a do ano passado. A produção deve alcançar 44,77 milhões de sacas de 60 kg, o que corresponde a uma queda de 12,8% em comparação com a safra do ano passado (51,37 milhões de sacas), segundo o terceiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Silveira destacou, ainda, a perspectiva para a próxima safra, a ser colhida em 2018, que está sob risco por causa do clima desfavorável em regiões produtoras no Espírito Santo e Minas Gerais. "Agora o que podemos fazer é apenas esperar a chuva, para que a safra não seja prejudicada". Mesmo assim, o presidente da Abic garantiu que a colheita do ano que vem não deve alcançar o desempenho bastante robusto que o mercado havia projetado.