Publicado em 28/11/2017 15h24

China tem papel desproporcional na exportação do Brasil

A presidente da Gro Intelligence, Sara Menker, afirma que o Brasil também tem a necessidade de acompanhar o crescimento populacional da África
Por: Estadão Conteúdo

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A China é o maior importador de soja do mundo (Foto: United Soybean Board/CCommons)

A presidente da Gro Intelligence, Sara Menker, disse nesta segunda-feira (27/11) no Summit Agronegócio 2017 que as exportações do Brasil têm grande dependência da China ainda que, nos últimos 40 anos, o País tenha feito um grande trabalho no mercado internacional. Para ela, o país asiático tem um papel "desproporcional" na balança comercial brasileira.

"Há vários mercados em que o Brasil ainda não está participando como deveria." Menker ressaltou a força da produção brasileira e que a área de soja no Brasil continua crescendo, apesar da queda dos preços globais. Ela citou a Operação Carne Fraca, lembrando que teve uma forte influência no mercado global de carne de frango, já que o Brasil domina este segmento e é o principal exportador da proteína.

Para Menker, existe uma grande inflexão demográfica que deve acontecer em breve. "Em 2023, Índia, África e China serão 55% da população mundial", disse. Para ela, a dieta da China vai sofrer alterações e a demanda do país por alimentos será crescente. Ainda assim, ela ressaltou a necessidade de o Brasil acompanhar também o crescimento da África.

"Muito do crescimento da demanda por alimentos virá da África Subsaariana", acrescentou. Para ela, neste cenário, o Brasil precisa de inteligência global de mercado para se manter na liderança global da produção de alimentos. Entender o mercado internacional e seus competidores e monitorar oportunidades de novas parcerias comerciais.