Publicado em 15/08/2018 17h22

Com queda do dólar e alta em Chicago preços sobem no Brasil

“Dissemos ontem que a alta do dólar era frágil e isto se confirmou esta terça-feira"
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

A expectativa de fragilidade da alta do dólar acabou se confirmando na manhã desta quarta-feira (15.08) e fazendo com que os preços subissem no Brasil. De acordo com o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, a alta em Chicago superou a queda da moeda norte-americana. 

“Dissemos ontem que a alta do dólar era frágil e isto se confirmou esta terça-feira. Com o início das negociações entre EUA e Turquia as cotações da moeda americana caíram 0,78% no Brasil. Chicago, por sua vez, subiu 1,7%”, informa o analista. 

Nesse cenário, Pacheco diz que os prêmios voltaram a cair 4,16% para o contrato de soja entrega setembro em Paranaguá, assim como nos prêmios de farelo e óleo de soja, que registram queda significativa. “A queda nos prêmios do farelo (de 5 acima foi a zero nesta terça-feira em Paranaguá para setembro) e o óleo (queda de 17,39% em Paranaguá) foram significativamente maiores, apesar da notícia sobre a Argentina, abaixo”, fala. 

 

Assim, o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) subiu 0,51% nos portos para R$ 89,39 e 1,44% no interior, para R$ 83,68. Comn isso, os preços para o mercado interno “superaram a linha de resistência que havia a R$ 89,15, enquanto que os preços de exportação estão em níveis cada vez mais inferiores”. 

O analista afirma também que o Brasil poderá se beneficiar da suspensão de seis meses que o governo argentino impôs sobre o imposto de importação, as chamadas retensiones. Isso acontece porque o País terá que de aumentar a demanda sobre o todo o complexo de soja para compensar o país vizinho. 

“Como consequência, na prática, o produtor argentino deverá reter a soja, dando preferência à venda de milho e trigo, reduzindo dessa forma o processamento de soja local e exportações de derivados – a Argentina é o maior exportador de óleo e farelo de soja do mundo”, finaliza.