Publicado em 15/06/2021 11h21

Dólar “arrebenta” ano dos exportadores de feijão

O dólar vem perdendo poder de compra frente ao real
Por: Leonardo Gottems

“Cada parte do setor feijoeiro tem distintos impactos e as incertezas em distintos momentos. Atualmente, quem tem se preocupado, e muito, são os exportadores. A pior coisa que poderia acontecer nesse momento, com câmbio, está acontecendo”. A análise é Marcelo Lüders, presidente do Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses).

Segundo os analistas, do ponto de vista do exportador, a situação tende a piorar: “O dólar vem perdendo poder de compra frente ao real e isto significa que as contas para exportação, que já estavam difíceis de fechar por conta do alto preço dos Feijões no mercado interno, tem agora mais este desafio pela frente”. 

“Os dois principais Feijões exportáveis, este ano são os Caupis brancos do Mato Grosso e o Mungo. Sobre os Caupis, o valor que viabiliza a exportação está entre R$ 150/170 por saca de 60 kg. Já o Mungo tem seu preço com paridade para exportação entre R$ 160/170. Ontem os produtores do Mato Grosso preferiram esperar para vender os Caupis. Apostam em um valor próximo aos R$ 200 por saca para só então negociar”, afirma Lüders, comandante da entidade mais representativa de pulses no Brasil.

Durante a semana passada, afirma ele, o mercado foi abastecido a partir de lotes comerciais do Paraná: “Os preços oscilaram desde aquele estado a R$ 220 para produto com mistura de milho e soja e passado em secador. Já na Bahia, os lotes são de melhor qualidade e foram reportados negócios entre R$ 280 e R$ 290. Outra fonte de abastecimento tem sido de Feijões-caupis do Mato Grosso por R$ 190/200”.