Publicado em 04/02/2022 11h01

Soja na Argentina terá pior safra em 4 anos

Problemas climáticos enfrentados pelo país vizinho que provocaram estresse em momento crítico.
Por: Leonardo Gottems

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu a estimativa da safra de soja argentina desta temporada para 42 milhões de toneladas. A nova projeção de produção baixou em 2 milhões de toneladas na comparação com a previsão anterior, de acordo com o Weekly Agricultural Outlook da BCBA, o que representa o pior desempenho desde a temporada 2017/18.

O corte, de acordo com o relatório, deve-se aos problemas climáticos enfrentados pelo país vizinho que provocaram estresse termo hídrico em janeiro, o que provocou corte na superfície plantada. Neste momento a BCBA reporta que há quase 10% da área plantada com soja passando por fases críticas de formação de vagens. 

Foi concluído o plantio nacional da oleaginosa para a campanha 2021/22 totalizando 16,3 milhões de hectares. Houve um corte de 200 mil hectares durante a janela de plantio em função da falta de umidade superficial. 

Dadas as perdas estimadas nas primeiras áreas, até o momento 9,8% o que foi plantado está em estágio crítico e 63,6% das lavouras relatam um nível de água adequado/ótimo condição, o que faz com que a estimativa de colheita caia 5%.

MILHO NA RETA FINAL

Por outro lado, informa a Bolsa de Valores, a incorporação de áreas de milho destinadas ao grão comercial está em sua reta final. Até o momento, 99,1% dos 7,3 milhões de hectares projetados para a atual campanha já foram plantados.

O produtor de soja e milho brasileiro precisa acompanhar de perto a evolução da safra no país vizinho porque isso impacta diretamente da oferta dos grãos e na formação de preços tanto no mercado global como no próprio doméstico do Brasil, uma vez que os produtores de proteína animal estão tendo que se abastecer nos países próximos em função das quebras na safra brasileira.