“No futuro, as plantas que responderem melhor a situações de escassez de água e de excesso de calor serão fundamentais”, sustenta o biólogo e engenheiro agrônomo José Luis Araus Ortega.
Professor de genética da UFMG, Vasco Azevedo coincide com Ortega, mas alerta que as transgenias feitas até agora, na maioria, foram para inserir valor vitamínico ou defesa contra pragas. "No arroz, conseguiram adicionar vitamina A. Mas, para combater a seca, é preciso desenvolver plantas capazes de crescer com menos água e com solos mais degradados. Neste caso, uma opção seria o uso de genes de cactos", explica ele.
“Todo alimento transgênico tem de ser testado, mas a maioria desse procedimento é feita no exterior. A Comissão Nacional de Biosegurança deveria ser uma agência, como a Anvisa, e permitir que os laboratórios de universidades realizem os testes. Com isso, os centros de ensino e pesquisa ganham mais autonomia”, sugere o especialista.
Vasco Azevedo explica que "a vantagem do transgênico é que demanda menor manejo em sua produção. Hoje, temos até peixe modificado, que cresce mais rápido. Em relação ao pesticida usado nas culturas, é muito mais perigoso. Um morango lindo e enorme, cheio de agrotóxico, é mais perigo do que um alimento geneticamente alterado”.