Publicado em 04/09/2023 09h35

Lucratividade da soja deve ser positiva em 2024

A safra 2023/24 de soja nos estados de Mato Grosso, Paraná e Goiás deverá apresentar uma significativa redução nos custos.
Por: Leonardo Gottems

O levantamento inicial da DATAGRO Grãos para a safra 2023/24 de soja no Brasil prevê uma temporada rentável, embora possivelmente não tão excepcional quanto as safras de 2021 e 2022, e até mesmo menos que o ano razoável de 2023. A lucratividade bruta, medida pela relação entre receita e custo de produção, deverá ser favorável para a maioria dos produtores de soja, com variações de estado para estado, dependendo da produtividade média alcançada.

“Também no lado favorável a percepção de que a safra será plantada com custos de produção bem menores, notadamente para as despesas diretas de custeio. Já no lado limitante, por enquanto temos a sinalização de preços médios conservadores sobre o ano atual, apesar das incertezas trazidas pela continuidade do conflito na Ucrânia”, diz Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da DATAGRO Grãos.

A safra 2023/24 de soja nos estados de Mato Grosso, Paraná e Goiás deverá apresentar uma significativa redução nos custos de produção em comparação com as safras anteriores, embora esses custos tenham aumentado consideravelmente nos últimos anos. Isso se deve principalmente à diminuição dos gastos com insumos e a alguma estabilização na taxa de câmbio, enquanto os custos fixos aumentam.

Se essa projeção de lucratividade positiva se concretizar, será o 18º ano consecutivo de aumento na renda dos produtores de soja no Brasil, com resultados próximos aos de 2023, mas abaixo das excepcionais safras de 2020, 2021 e 2022, devido a preços domésticos mais conservadores, custos de produção mais baixos e uma boa produtividade média. “A princípio, temos sinalizações não muito distantes dos também interessantes resultados de 2023, embora abaixo dos excepcionais números de 2020, 2021 e 2022, com indicação de cenário mais conservador de preços domésticos, mas custos de produção bem menores e boa produtividade média”, destaca França Junior.