Publicado em 20/11/2023 08h40

Se não precisar vender, SEGURE O MILHO

"Não é possível ainda cravar até onde o preço pode subir, mas, na verdade, não é o preço que importa, mas a sua lucratividade".
Por: Leonardo Gottems

De acordo com informações divulgadas pela TF Agroeconômica, os preços do milho já chegaram e até ultrapassaram o nível de R$ 70,00/saca na B3, embora apenas para março de 2024. “O excesso de chuvas, no sul e a seca no centro-norte do Brasil está atrasando o plantio da soja e, com ele, atrasando também o plantio da Safrinha de inverno de 2024, com a forte possibilidade de redução da produção, fato já sinalizado nas projeções da CONAB e das consultorias particulares que fazem levantamento de safra. Tudo isto somado deve continuar impulsionando os preços para cima”, comenta.

“Portanto, se você não precisa vender agora, segure o milho, porque tem tendência de alta a médio e longo prazo. Não é possível ainda cravar até onde o preço pode subir, mas, na verdade, não é o preço que importa, mas a sua lucratividade. E, para isto, o preço deverá subir além de R$ 74,19/sac a, que é o custo de produção calculado pelo DERAL-PR para o milho Safrinha. Então, é só a partir deste nível que começará o seu lucro de verdade. Para um lucro de 10%, por exemplo, o preço terá que alcançar R$ 81,61 na sua cidade. Para 15%, terá que chegar a R$ 85,32/saca”, completa.

Nesse cenário, a pergunta que fica é se os altos patamares vão voltar. “Tudo vai depender da demanda de exportação do milho brasileiro porque, se ela diminuir, vão aumentar os estoques internos, as indústrias irão ficar mais folgadas e o preço não irá subir e pode até cair”, indica.

“O mundo já se prepara para substituir as fortes exportações brasileiras desta temporada, esperando ocupar o lugar do Brasil na safra 2024/25 com a provável redução significativa da produção brasileira de milho para a próxima safra. O acompanhamento do clima no Brasil será vital para a determinação dos preços daqui para frente”, conclui.