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Publicado em 14/12/2023 10h05

Uso de fisioativadores ajuda a mitigar impactos ambientais e potencializa grandes culturas

Soluções de origem natural e biológica são fundamentais para evitar perdas em época de El Niño rigoroso no país
Por: Luciane Balzan*

O fenômeno climático El Niño está desencadeando no país condições climáticas extremas, como chuvas intensas no Sul e altas temperaturas nas demais regiões. Essas condições impõem um significativo risco de estresse às plantas, afetando seu desenvolvimento. O aumento das temperaturas e as chuvas irregulares podem provocar desequilíbrio hídrico no solo. Com isso, as plantas enfrentam dificuldades na absorção de nutrientes essenciais. Além disso, esse clima pode afetar a eficiência de processos metabólicos nas plantas, resultando em aumento do gasto energético para a manutenção básica. Isso, por sua vez, pode reduzir a eficiência da fotossíntese e contribuir para o abortamento de flores e vagens, comprometendo o rendimento das culturas. 

Diante desses desafios, o uso de fisioativadores tem emergido como uma estratégia fundamental para minimizar os efeitos causado pelo estresse ambiental nas lavouras. A técnica envolve a aplicação de precursores hormonais (seja via sementes ou folhas) que estimulam as plantas para que produzam de forma natural e balanceada hormônios essenciais para que expressem seu máximo potencial, promovendo o crescimento, a resistência ao estresse e uma maior eficiência de uso nutricional. Ao melhorar a capacidade dos cultivos de lidar com condições desfavoráveis, a estimulação fisiológica contribui para o fortalecimento do sistema radicular, para otimização da fotossíntese e promoção de mecanismos de defesa. Em períodos de estresse climático, a incorporação dessas práticas nas rotinas agrícolas pode ser fundamental para a produtividade. 

No início do ciclo de culturas como soja, milho e algodão, a excelência da safra depende de cuidados primordiais voltados para as sementes. Além da seleção de variedades menos suscetíveis a estresses, é crucial investir em soluções que otimizem o enraizamento e promovam a regulação hormonal, conferindo à planta maior resistência à perda de água para o ambiente. Ao desenvolver um maior sistema radicular, a planta acessa a água em camadas mais profundas do solo, atenuando os efeitos de possível escassez de chuvas. Esse processo beneficia integralmente o desenvolvimento da planta. 

Durante o estabelecimento vegetativo da cultura, os estresses climáticos podem ocasionar diversas perdas na lavoura. Dentre os principais efeitos podemos citar o aumento das Espécies Reativas de Oxigênio (EROs), causando danos celulares, fechamento de estômatos e, consequentemente, diminuição da fotossíntese e diminuição das atividades metabólicas da planta, acarretando menor produção de fotoassimilados e redução do potencial produtivo.

Além disso tudo, é importante ressaltar que os estresses climáticos também podem potencializar ainda mais o abortamento de flores e vagens e, diante de todas essas situações possíveis, o uso de fisioativadores em aplicações via foliar é ainda mais importante, visando manter o metabolismo das plantas ativo e estimular a produção de novos botões florais e redução do abortamento, por meio da inibição da síntese de etileno.  

O mercado de fertilizantes especiais – que inclui os fisioativadores – está em ascensão.  Em 2022, houve crescimento de 33%, de acordo com a Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo). A UPL – que criou a Natural Plant Protection (NPP) em 2021 para desenvolver e lançar no mercado biossoluções, ou insumos agrícolas com ingredientes ativos de origem natural – aposta no potencial desse segmento.  Em um mundo que cada vez mais busca a sustentabilidade na produção alimentar, produtos com esses benefícios devem ser ainda mais utilizados, e o uso de fisioativadores tem se tornado fundamental para evitar perdas nas lavouras, garantindo a oferta de alimentos. 

*Por Luciane Balzan, engenheira agrônoma pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFR), especialista em solo e nutrição de plantas pela Universidade de São Paulo (USP) e gerente de bioestimulantes da UPL Brasil.