Publicado em 26/12/2023 21h40

Mais biodiesel na mistura é bom para a indústria

“Hoje, nós ampliamos a participação do biodiesel, ainda mais, na nossa matriz".
Por: Leonardo Gottems

Nesta terça-feira, o governo anunciou o aumento do teor de biodiesel na mistura com o óleo diesel de 12% para 14%, a ser implementado em março de 2024. A decisão do Conselho Nacional de Política Energética foi bem recebida por representantes da cadeia da soja, que contribui com 70% da matéria-prima para o biodiesel. 

Após reduzir a mistura para 10% durante um período de alta nos preços da soja há dois anos, o governo, em um cenário mais estável de preços de commodities, agora parece menos preocupado com as pressões inflacionárias que uma maior mistura de biodiesel poderia provocar, de acordo com o banco BTG Pactual.

"O aumento no teor fomenta o crescimento da produção de biodiesel no país, reduz dependência de importações de diesel e aumenta a segurança energética nacional, beneficia os cidadãos brasileiros por conta do uso de um combustível renovável", afirma a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

Segundo a Abiove, a capacidade de produção de biodiesel no Brasil é de 13,7 bilhões, mas as usinas operam com uma ociosidade em torno de 50%. Isso pode ser atribuído, em parte, à importação de biodiesel, mas essa dinâmica mudou com a decisão do CNPE. Reconhecendo a importância de impulsionar a indústria nacional, o conselho suspendeu a importação de biodiesel.

“Hoje, nós ampliamos a participação do biodiesel, ainda mais, na nossa matriz. E isso tem dois efeitos: primeiro, diminui a nossa dependência de importação de óleo diesel. Segundo, ajuda a descarbonizar, já que a ANP vem avançando muito na certificação da qualidade dos biocombustíveis. E terceiro, e muito importante, é a gente estimular nossa agricultura nacional”, disse Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, na terça-feira.