Publicado em 12/02/2024 08h42

Vai faltar milho?

“Para a Argentina, o USDA manteve sua estimativa em 55 milhões de toneladas".
Por: Leonardo Gottems

De acordo com a TF Agroeconômica, duas são as principais pautas no mercado do milho hoje. A primeira delas é a tendência de baixa que faz com que os produtores escolham plantar outras culturas no lugar e a segunda é a espera para vender.

“Diversificar a produção: nos estados do PR e do Centro-Oeste, que tem esta opção, plantar trigo invés de milho, porque o trigo tem tendência de alta e o milho, não. Ou outra cultura de sua região. Quem já plantou, esperar para vender na entressafra (nunca na safra!) porque vai faltar milho justamente onde há mais demanda (estados produtores de carne)”, comenta.

Dentre os fatores de alta estão os cortes em estimativas para a produção total do Brasil, a tendência da redução da oferta e a produção da Argentina. “O USDA reduziu sua projeção de 127 milhões para 124 milhões de toneladas, enquanto os analistas esperavam 124,3 milhões de toneladas. No Brasil, os preços domésticos podem subir levemente com redução da oferta em alguns estados.Alguns estados com forte produção de carnes tiveram forte redução de produção de milho, como é o caso do RS”, completa.

“Para a Argentina, o USDA manteve sua estimativa em 55 milhões de toneladas. O mercado projetava um aumento para 55,7 milhões de toneladas, mas há preocupação coma condição das lavouras de milho do país. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o calor intenso registrado nos últimos 15 dias pode ter causado perda de rendimento nas lavouras semeadas mais tarde. Na última semana, a parcela da safra em condição entre normal e excelente diminuiu de 89% para 85%, disse a bolsa”, indica.

Na baixa se destacam a ampla oferta dos Estados Unidos e uma maior estimativa para os estoques do país ao fim de 2023/24 e a redução da Conab. “E o importante, como sempre dizemos, é o estoque final, que é o termômetro da disponibilidade dos preços.A leitura do mercado é de que deve continuar a oferta interna adequada às suas necessidades e, por isto, não há necessidade de aumentar (muito) os preços. Por isso dizemos que os preços podem aumentar “levemente”, conclui.