Publicado em 04/03/2024 11h56

Tendências do mercado da soja

A colheita brasileira está adiantada.
Por: Leonardo Gottems

Os contratos futuros da soja em Chicago tiveram uma desvalorização de 6,2% em janeiro, atingindo USD 12,29/bu, segundo informações do Itau BBA. Em 2024, os preços internos da soja no Brasil caíram cerca de R$ 24/saca, uma queda de 20%, com cotações em Sorriso abaixo de R$ 100/saca. 

A colheita brasileira está adiantada, especialmente nos estados do Sudeste e Paraná. Em fevereiro, a desvalorização média foi de 4,6%, alcançando USD 11,72/bu, impulsionada por condições climáticas favoráveis em algumas regiões do Brasil.

As cotações domésticas são pressionadas por desvalorizações externas, quedas nos prêmios de exportação, aumento na oferta interna e demanda reduzida, resultando nos preços mais baixos desde julho de 2020.

Até o último dia 24, 38% da safra de soja foi colhida, 4 pontos percentuais à frente do ano anterior. A colheita varia em diferentes estados, sendo prejudicada nas lavouras precoces em MT e GO, mas beneficiada pelo retorno das chuvas em dezembro. Em PR, MS, SP e MG, a estiagem prejudicou o potencial das lavouras, esperando-se melhorias com chuvas em março. No MATOPIBA, chuvas frequentes em fevereiro favoreceram o desenvolvimento, sendo crucial a continuidade das chuvas nas próximas semanas.

“O USDA voltou a reduzir a estimativa para a safra brasileira, porém o número do órgão americano segue na ponta alta das projeções. Ainda há muita soja para ser comercializada no Brasil. No Mato Grosso, maior produtor nacional de soja e onde geralmente o ritmo de vendas é mais acelerado, o IMEA traz um volume de 40,6% da safra comercializada, bem aquém da média das últimas 5 safras (59%). A primeira estimativa para a safra 2024/25 dos EUA indica aumento da área plantada com soja no país”, conclui.