Segundo Cícero Francisco, Assistente de Pesquisa no Instituto Goiano de Agricultura (IGA), o manejo adequado da irrigação é fundamental para reduzir a incidência de doenças no algodão, como a mela foliar. Causada pelo fungo Rhizoctonia solani (Thanatephorus cucumeris), a doença se manifesta por lesões escuras e encharcadas nas folhas, prejudicando a fotossíntese e o vigor das plantas, especialmente nas fases iniciais da cultura.
A combinação de alta umidade e baixa temperatura cria um ambiente favorável à proliferação do fungo, enquanto o "splash" (respingos de água) facilita a disseminação dos esporos. Nesse contexto, práticas de manejo de irrigação, como a redução do excesso de água e a adoção de sistemas que evitam respingos, são essenciais para minimizar o avanço da doença. A irrigação localizada, ajustes na frequência e volume de água aplicada, e o monitoramento constante contribuem para um ambiente menos propício ao desenvolvimento do patógeno.
"A mela foliar, se não controlada rapidamente, pode impactar negativamente o estande e, consequentemente, reduzir significativamente a produtividade da lavoura. Portanto, a adoção de medidas preventivas e de controle é crucial", comenta Cícero Francisco.
Além do controle hídrico, a integração de outras medidas reforça a proteção do algodoeiro. O uso de cultivares com bom vigor inicial pode reduzir os danos nas primeiras fases de desenvolvimento. A rotação de culturas ajuda a diminuir a pressão de inóculo no solo, enquanto o uso de fungicidas específicos pode ser um complemento eficaz em situações de alto risco.
Ao priorizar o manejo da irrigação aliado a práticas sustentáveis, os produtores não apenas evitam perdas causadas por doenças, mas também melhoram a eficiência no uso da água. Essa abordagem integrada é essencial para garantir maior produtividade e qualidade no cultivo do algodão. "O manejo integrado, combinando essas estratégias, é a chave para proteger sua lavoura e garantir uma alta produtividade", conclui o pesquisador.