Empresários uruguaios temem desvalorização do Real
Publicado em 09/01/2025 09h59

Empresários uruguaios temem desvalorização do Real

Comerciantes de áreas fronteiriças solicitaram medidas ao governo uruguaio.
Por: Leonardo Gottems

A desvalorização do real brasileiro tem gerado preocupações entre empresários uruguaios, especialmente em setores estratégicos como veículos, laticínios e plásticos. De acordo com o Indicador de Preços Fronteiriços da Universidade Católica do Uruguai, os preços no Brasil são aproximadamente 71% mais baixos do que no Uruguai. Essa situação impacta especialmente as regiões de fronteira, como Artigas (Uruguai) e Quaraí (Brasil), onde os comerciantes enfrentam dificuldades para competir com os preços brasileiros.

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Comerciantes dessas áreas solicitaram ao governo uruguaio a adoção de medidas, como a isenção do IVA sobre a cesta básica, maiores descontos no Imposto Específico Interno (Imesi) sobre combustíveis e facilidades para microimportações. No entanto, o Ministério de Economia e Finanças (MEF) rejeitou essas propostas, argumentando que a diferença de preços é uma questão conjuntural, resultante das políticas econômicas e das flutuações cambiais entre os países.

O MEF destacou que a devolução total do IVA, que poderia chegar a 18,03% para produtos com alíquota básica de 22% e 9,09% para aqueles com alíquota mínima de 10%, não seria suficiente para eliminar a disparidade de preços. Além disso, as autoridades ressaltaram o impacto fiscal significativo que tais medidas teriam, sem garantir que isso alterasse os hábitos de consumo da população fronteiriça, que tende a priorizar compras no Brasil devido à grande diferença de preços.

Embora o governo uruguaio reconheça os desafios enfrentados por comerciantes e residentes dessas áreas, decidiu não regulamentar o artigo da Lei de Rendição de Contas que permitiria isenções fiscais nas zonas de fronteira. A justificativa oficial enfatiza que as medidas solicitadas seriam ineficazes diante da magnitude da diferença de preços e do atual cenário econômico. As informações são do Infobae.

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