Soja, milho e trigo: Devo vender?
Publicado em 13/01/2025 10h45

Soja, milho e trigo: Devo vender?

Para o trigo, o mercado internacional ainda enfrenta altos estoques nos EUA.
Por: Leonardo Gottems

A TF Agroeconômica aponta para uma recuperação nos preços da soja, tanto no mercado internacional quanto no brasileiro. Na Bolsa de Chicago (CBOT), o contrato para janeiro encerrou a US$ 10,22 por bushel, com um aumento de 8,50%. No mercado físico brasileiro, o Cepea registrou R$ 137,91 por saca, um acréscimo de 0,28% no dia. Essa valorização é impulsionada pela redução nas estimativas de safra nos Estados Unidos, Brasil e Argentina, o que contrasta com as expectativas anteriores de volumes maiores. Diante desse cenário, a recomendação é aproveitar as altas para garantir lucros, realizando vendas parciais da safra atual e futura.

Segundo a TF Agroeconômica, "é prudente vender parte da safra atual e da próxima, pois a lucratividade está acima da média histórica. Embora os preços possam subir ainda mais, também há risco de queda, o que poderia levar à perda de uma excelente oportunidade. O objetivo não é acertar o pico dos preços, mas sim melhorar a lucratividade anual."

No mercado de milho, o contrato de março na CBOT fechou a US$ 4,7450 por bushel, com alta de 4,0%. No Brasil, o Cepea registrou R$ 74,91 por saca, um aumento de 0,79% no dia. O mercado interno demonstra uma disputa entre exportação e consumo interno. Apesar das altas, há resistência a preços acima de R$ 74,95 por saca, com um teto projetado em R$ 80 por saca, devido à menor capacidade das indústrias de carne de absorver preços elevados.

A análise da TF Agroeconômica ressalta que "é preciso avaliar até onde essas altas podem chegar. Com os preços das carnes subindo menos ou até recuando, como no caso do suíno, preços muito altos do milho se tornam um problema para a indústria, que passa a buscar alternativas para a composição das rações."

Quanto ao trigo, o mercado internacional ainda enfrenta altos estoques nos EUA, mas a tendência é de recuperação a partir de abril. No Brasil, o preço no Paraná atingiu R$ 1.399,17 por saca, com um aumento de 0,42% no mês. Moinhos devem aproveitar o momento para realizar compras físicas ou contratos futuros, enquanto cooperativas podem liberar estoques para dar espaço à nova safra, mantendo-se no mercado com contratos na CBOT.

A TF Agroeconômica conclui: "Se você é cerealista ou cooperativa armazenadora, venda o trigo físico agora para liberar espaço, mas compre contratos na CBOT para continuar participando das altas futuras previstas para o mercado de trigo."

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