O mercado de trigo no Brasil apresentou um cenário de leve recuo nos preços, impulsionado pela desvalorização do dólar, conforme informações da TF Agroeconômica. No Rio Grande do Sul, o mercado se mantém estável, com moinhos focados em cobrir posições para janeiro e iniciando negociações para fevereiro e março. As indicações de compra giram em torno de R$ 1.250,00 por tonelada para embarques entre 15/02 e 15/03, enquanto trigos de maior qualidade (W290 a Estabilidade 10) alcançam R$ 1.300,00. No porto, o trigo Milling para entrega em fevereiro foi cotado a R$ 1.350,00, representando uma queda de R$ 20/t em relação ao dia anterior.
Em Santa Catarina, a desvalorização do dólar aumentou a demanda por trigo importado. Os preços do trigo local variam de R$ 1.425,00 a R$ 1.450,00 FOB em diferentes localidades. A região da Serra Morena lidera as importações, com custos que chegam a R$ 1.700,00 no porto e R$ 1.800,00 no interior. Os preços pagos aos produtores no estado oscilaram entre R$ 68,00 e R$ 73,00 por saca, dependendo da região, com destaque para São Miguel do Oeste e Xanxerê, onde o valor atingiu R$ 73,00/saca.
No Paraná, os vendedores buscam liberar espaço nos armazéns para a chegada das novas safras de milho-verão e soja. No entanto, o mercado ainda não ganhou tração significativa devido à diferença entre os preços pedidos pelos vendedores e as ofertas dos compradores. No norte do estado, o trigo foi negociado a R$ 1.450,00/t para desocupar armazéns. No oeste e sudoeste, as pedidas são mais baixas, e o trigo local já se mostra mais competitivo em relação ao trigo gaúcho.
A importação de trigo continua sendo uma alternativa no Paraná, com preços entre US$ 280 e US$ 290/t. Contudo, os custos logísticos, como demurrage, permanecem elevados, agravados por atrasos nos portos, como o caso de um navio que chegou no dia 4 e ainda não conseguiu atracar.