A safra 2024/25, atualmente em desenvolvimento, utilizou cerca de 44,5 milhões de toneladas de fertilizantes, o que representa uma redução de 3% em comparação aos 45,7 milhões de toneladas da safra de 2023 e aos 45,6 milhões de toneladas de 2021. Apesar dessa diminuição, as projeções continuam otimistas, apontando para uma colheita recorde neste ano.
O principal fator que contribuiu para a redução no uso de fertilizantes foi a queda no preço da soja, que em maio de 2024 estava em US$ 12,45 por saca na Bolsa de Chicago, comparado a US$ 14,60 no mesmo período de 2023. Esse impacto foi mais acentuado no Centro-Oeste, onde estados como Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul reduziram o uso de adubos convencionais em até 9%.
Em contrapartida, o Sudeste, impulsionado pela cana-de-açúcar e culturas menores, apresentou um aumento médio de 3% no consumo de fertilizantes, enquanto o Norte registrou um crescimento superior a 5%. No Sul, a comercialização manteve níveis semelhantes à safra anterior, mesmo com os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul, que causaram erosão e dificultaram o transporte lacustre.
Para mitigar os custos elevados, a agricultura tem adotado estratégias inovadoras, como o uso de remineralizadores para reposição de fósforo e micronutrientes, além de um avanço significativo nos biofertilizantes, que têm atraído investimentos robustos do setor privado.
A importação de monoamônio fosfato, um dos principais insumos agrícolas, registrou uma queda de 17% em comparação às duas últimas safras, refletindo a busca por alternativas mais acessíveis e sustentáveis.
Os preços da soja, aliados às variações cambiais, também influenciam a dinâmica do setor. Parte do custeio da safra foi realizada com o dólar a R$ 5,00, enquanto a comercialização dos grãos ocorre com o dólar próximo a R$ 6,00, o que pode ajudar a compensar a pressão de preços.
No entanto, a incerteza sobre o custo dos fertilizantes para 2025 persiste, com o dólar oscilando entre R$ 5,24 e R$ 5,63 em 2024. A decisão sobre o momento ideal para fixar os insumos deve ser uma prioridade para os produtores após o início da colheita em algumas regiões, possivelmente considerando uma base de dólar acima de R$ 6,00.
